16/Apr/2025
O mercado de milho entra na segunda quinzena de abril pressionado pela expectativa de clima mais favorável à 2ª safra de 2025 e pela ausência de novos estímulos cambiais, enquanto compradores e vendedores seguem distantes no mercado físico. A exportação, que baliza o preço, perdeu ritmo com os prêmios nos portos recuando. Mesmo com interesse nos embarques do segundo semestre, as indicações atuais caíram R$ 1,50 por saca de 60 Kg na comparação com a semana passada, com o valor no porto de R$ 74,00 por saca de 60 Kg para agosto e R$ 77,00 por saca de 60 Kg para novembro. No mercado interno, a demanda também está retraída. Os compradores tentam limpar estoques de milho safra de verão (1ª safra 2024/2025) antes de voltar às compras.
Os compradores estão abastecidos e esperaram o milho da 2ª safra de 2025, que deve começar a entrar em quatro semanas. Apesar disso, os preços seguem sustentados por uma demanda estrutural forte, especialmente das usinas de etanol de milho, que devem consumir até 4 milhões de toneladas a mais neste ano. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) está praticamente encerrada, com estimativa de 23 milhões de toneladas. A 2ª safra de 2025, favorecida pelas chuvas das últimas semanas, deve passar de 95 milhões de toneladas. Com o acréscimo da 3ª safra da Região Nordeste, a produção total pode se aproximar de 121 milhões de toneladas. Com o retorno da chuva na Região Centro-Oeste, especialmente em áreas de Mato Grosso, o potencial produtivo da 2ª safra de 2025 se consolidou e o risco climático diminuiu bastante.
Em São Paulo, na região de Campinas, o mercado de milho segue travado no disponível, com uma diferença significativa entre as indicações de vendedores e compradores. As indicações de cooperativas e cerealistas estão entre R$ 90,00 e R$ 91,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega imediata, enquanto os compradores indicam entre R$ 84,00 e R$ 85,00 por saca de 60 Kg, o que tem inviabilizado novos negócios. A pressão maior está do lado da demanda, que vem cautelosa nas granjas e indústrias, à espera de preços mais alinhados ao movimento de recuo que vinha ocorrendo no mercado interno. A oferta também é limitada, já que muitos produtores já se desfizeram do milho remanescente da safra de verão (1ª safra 2024/2025) ou estão concentrados na colheita da soja. Para 2ª safra de 2025, há registro de negócios entre R$ 73,00 e R$ 74,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega entre agosto e setembro na região de Bastos. Os compradores indicam R$ 72,00 por saca de 60 Kg, mas na hora de fechar acabam aceitando os R$ 73,00 por saca de 60 Kg pedidos pelo produtor.
Em Mato Grosso, na região de Dourados, os compradores indicam R$ 69,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento à vista. A movimentação é fraca. A retração da demanda, aliada ao menor apetite da indústria e ao avanço da colheita da soja, explicam parte da acomodação nas negociações com o cereal. Para 2ª safra de 2025, as indicações variam entre R$ 58,00 e R$ 59,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega em agosto e pagamento no mês seguinte. Alguns negócios saem a R$ 60,00 por saca de 60 Kg, mas apenas quando uma das pontas (vendedor ou comprador) aceita ceder. Os produtores indicam R$ 61,00 por saca de 60 Kg.