15/Apr/2025

A semana começa com o mercado de milho ainda sensível à combinação do clima e do câmbio, enquanto os fundamentos da demanda doméstica seguem firmes. A expectativa de uma 2ª safra de 2025 cheia, com clima mais favorável em maio e junho, já pressiona os preços, mas o avanço da produção de etanol de milho e a possibilidade de aumento nas exportações de proteína animal dão sustentação. A indústria de etanol de milho deve usar de 3 a 4 milhões de toneladas a mais do que no ano passado. Isso mantém uma demanda interna forte mesmo que a exportação não avance tanto. A previsão de clima mais favorável nos principais Estados produtores nas próximas semanas mantém a expectativa de uma boa safra.

Ainda assim, há incertezas localizadas, especialmente em áreas de Minas Gerais e Goiás, com relatos de estiagem. Até o fim de abril o clima ainda preocupa, mas os mapas para maio e junho melhoraram bastante. Se confirmados, eles devem consolidar uma produção grande. A demanda interna, por sua vez, tende a se manter aquecida, não apenas pelo etanol de milho, mas também por uma possível retomada nas exportações de carne, beneficiadas pela perda de competitividade dos Estados Unidos com as tarifas comerciais. As tarifas acabam sendo um fator positivo para o agro brasileiro. O Brasil concorre com os Estados Unidos em algumas frentes e isso pode reforçar a demanda interna por ração, o que puxa o milho.

No Paraná, na região de Ponta Grossa, os compradores indicam no disponível entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saca de 60 Kg. Os preços são pressionados pela retomada da colheita do milho safra de verão (1ª safra 2024/2025) e pela menor necessidade imediata de caixa dos produtores. Para 2ª safra de 2025, a negociação é lenta. Os poucos compradores ativos indicam entre R$ 74,00 e R$ 78,00 por saca de 60 Kg FOB, dependendo do prazo e do mês de embarque. Para agosto e setembro, a indicação está entre R$ 77,00 e R$ 78,00 por saca de 60 Kg, enquanto para setembro e outubro, os preços caem para R$ 74,00 por saca de 60 Kg. Alguns vendedores indicam até R$ 80,00 por saca de 60 Kg, mas o comprador quer pagar R$ 74,00 por saca de 60 Kg no máximo. Essa diferença trava o mercado.

Em Mato Grosso, na região de Nova Mutum, o milho disponível tem sido negociado a R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, em operações pontuais. No mercado interno, empresas ligadas à proteína animal seguem buscando milho diretamente com produtores remanescentes, mas a oferta está escassa. O foco já virou totalmente para a 2ª safra de 2025. Há registro de negócios com embarque e pagamento em setembro, entre R$ 50,00 e R$ 51,00 por saca de 60 Kg FOB. Há negócios pontuais acima desse intervalo, entre R$ 53,00 e R$ 54,00 por saca de 60 Kg nos casos em que a trading ou a indústria consegue isenção de tributos como PIS e Cofins.