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11/Apr/2025

Clima de abril será decisivo para definição de preços

Segundo a StoneX, o desempenho da 2ª safra brasileira de milho de 2025 entrou em fase decisiva neste mês de abril. A maior parte das lavouras ainda não atingiu o pendoamento, etapa mais sensível do ciclo da cultura, e o clima das próximas semanas será determinante para consolidar ou frustrar a expectativa de uma produção recorde. A consultoria estima uma colheita de 129,7 milhões de toneladas na temporada 2024/2025, com crescimento de quase 9 milhões de toneladas em relação ao ciclo anterior, puxado justamente pela 2ª safra de 2025. Boa parte da 2ª safra de 2025 ainda não entrou na fase crítica, que é o pendoamento. O clima até agora tem sido positivo, mas abril será decisivo.

Os mapas meteorológicos melhoraram nas últimas semanas, mas há risco de estiagem na segunda quinzena. O plantio da 2ª safra de 2025 sofreu atraso no início do ano devido ao clima irregular no intervalo entre a colheita da soja e a semeadura do milho, o que também aumenta a exposição ao risco climático. Apesar do crescimento da produção, o impacto nas exportações deve ser limitado. A StoneX projeta um aumento de apenas 2 milhões de toneladas nos embarques externos brasileiros, reflexo da forte absorção interna. O consumo doméstico deve alcançar 87 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pelo setor de proteína animal e pela expansão das usinas de etanol de milho na Região Centro-Oeste.

O Brasil está formando estoques, sim, mas a demanda interna também está muito aquecida. O setor de etanol de milho vem crescendo de forma consistente há anos e hoje já é uma das grandes forças estruturais de consumo. Mesmo com a forte colheita, o mercado físico continua firme. Na B3, os preços chegaram a encostar nos R$ 90 por saca em março, maior nível desde o início de 2023. Do lado internacional, os Estados Unidos continuam sendo um fator de sustentação para os preços. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou a produção para baixo em janeiro, cortando 7 milhões de toneladas da estimativa anterior.

Além disso, as exportações norte-americanas seguem firmes, forçando o USDA a revisar os embarques para 64,8 milhões de toneladas na safra 2024/2025. A produção de etanol, que nos Estados Unidos é quase inteiramente baseada em milho, também colabora com a sustentação dos preços na Bolsa de Chicago. Por outro lado, o novo governo Trump reacendeu as incertezas comerciais. A imposição de tarifas sobre diversos países e a possibilidade de retaliações comerciais trazem volatilidade adicional ao mercado. No caso do milho, a China tem menor participação nas compras dos Estados Unidos, mas outros clientes relevantes, como México, Japão e Colômbia, estão no radar.

A relação com o México parece estabilizada, mas há pontos de atenção com o Canadá, que hoje é um grande comprador de etanol norte-americano. A concorrência também se mantém acirrada com Argentina e Ucrânia. A Argentina, mesmo com redução de área e perdas pontuais causadas por seca e calor extremos, deve colher cerca de 50 milhões de toneladas, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, e exportar 36 milhões. A Ucrânia, que enfrenta limitações logísticas por causa da guerra, projeta exportações de 22 milhões de toneladas, mantendo-se como principal fornecedor de milho para a China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.