09/Apr/2025
O aumento das exportações e a alta do dólar podem trazer desafios ao atendimento do mercado interno de grãos, especialmente o de milho. A atual conjuntura indica que o produtor brasileiro ganha competitividade internacional, mas o comprador doméstico deve enfrentar dificuldades. A partir do momento que aumentam as exportações, o demandante interno vai ter que disputar esse grão com o mercado externo. O cenário é de muita incerteza, instabilidade e volatilidade dos preços, o que tem afetado diretamente o planejamento da cadeia produtiva.
A combinação de um câmbio favorável às exportações, estoques apertados e atrasos na colheita da safra tem contribuído para um ambiente altista. O Brasil tem um estoque de passagem historicamente muito justo, o menor dos últimos 18 anos, com pouco mais de 2 milhões de toneladas. Isso é milho para apenas 15 dias de demanda doméstica. Outro ponto de atenção é o ritmo lento da colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e o atraso na semeadura da 2ª safra de 2025, o que aumenta o risco percebido pelo mercado.
A entrada do milho da safra de verão (1ª safra 2024/2025) tem sido mais lenta, o que influencia os preços. Além disso, há uma tendência clara de maior atratividade do produto brasileiro no mercado externo. Os prêmios de exportação têm mostrado isso: maior interesse de compradores internacionais pelo milho brasileiro. Apesar de não prever escassez, há sensibilidade no momento. Não vai faltar milho, mas existe uma dependência maior de que tudo corra muito bem no campo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.