07/Apr/2025
Depois de atingirem a casa dos R$ 90,00 por saca de 60 Kg em meados de março, os preços do milho passaram a cair entre o encerramento do último mês e este começo de abril. Esse movimento é verificado na maior parte das regiões. A pressão vem sobretudo da demanda enfraquecida. Os consumidores, abastecidos e atentos à colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025), se afastaram das aquisições, à espera de novas desvalorizações. Os vendedores estão mais ativos no mercado spot nacional, tentando negociar novos lotes, temendo que o ritmo das quedas nos preços se intensifique. Outros vendedores, contudo, ainda limitam o volume ofertado, de olho no desenvolvimento da 2ª safra de 2025. Nestes últimos dias, o retorno das chuvas em partes das regiões produtoras melhorou a expectativa sobre o desenvolvimento e a produção da 2ª safra de 2025.
Além disso, as dificuldades logísticas diminuíram, tendo em vista a maior oferta de caminhões. No geral, as negociações envolvendo o milho estão ocorrendo de forma pontual, dependendo da necessidade dos consumidores. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP), registra recuo de 3,5% nos últimos sete dias, a R$ 84,82 por saca de 60 Kg. As baixas têm sido verificadas de forma consecutiva há nove dias úteis. Nos últimos sete dias, o milho apresenta desvalorização de 2,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 1,7% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Os valores dos contratos futuros estão pressionados pela queda no spot nacional e pela melhora do clima. Na B3, os contratos Maio/2025 e Julho/2025 registram queda de 1% ambos, a R$ 76,63 por saca de 60 Kg e a R$ 71,58 por saca de 60 Kg, respectivamente.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 29 de março, a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) somava 53,3% da área nacional, acima da média dos últimos cinco anos (2020 a 2024), de 41,1%. Para o Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que 95% da área havia sido colhida até o dia 31 de março. Em Santa Catarina, o tempo seco beneficiou a colheita, que chegou a 88% a área de acordo com a Conab. No Rio Grande do Sul, a prioridade tem sido a colheita de soja, arroz e feijão, o que acaba limitando os trabalhos envolvendo o milho. Segundo a Emater-RS, até o dia 3 de abril, 83% da área havia sido colhida, avanço semanal de apenas 3%. Quanto à semeadura da 2ª safra de 2025, as atividades avançam para a reta final. O desenvolvimento das lavouras já implantadas foi favorecido pelo retorno das chuvas.
Até o dia 29 de março, a Conab apontou que 97,9% da área esperada havia sido semeada no Brasil, restando áreas apenas no Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Em Mato Grosso do Sul, até o dia 28 de março, a semeadura somava 92,6% da área, conforme indica a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). No Paraná, 99% da área havia sido semeada até o dia 31 de março, segundo o Deral/Seab. Para Minas Gerais, a Conab aponta que o percentual estava em 92% até 29 de março. Nos Estados Unidos, os preços estão oscilando. No início da semana passada, preocupações com a possibilidade de tarifas de 25% contra produtos do México e Canadá pressionaram os valores, mas a decisão dos Estados Unidos de não incluir esses países em seu regime de tarifas, devido ao acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), balanceou os vencimentos, já que isso tem sido visto como algo positivo para a demanda pelo cereal norte-americano.
Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 avançaram ambos 1,6%, a US$ 4,57 por bushel e a US$ 4,65 por bushel, respectivamente. No dia 31 de março, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe as primeiras previsões de intenção de semeadura para a safra 2025/2026, confirmando a maior área destinada para o cereal. A área deve somar 38,57 milhões de hectares, acima do intervalo aguardado pelo mercado, de 38,11 milhões de hectares. No entanto, se comparada à temporada anterior, o aumento foi de 5%. Além disso, os estoques, até 1º de março, eram de 207,04 milhões de toneladas, contra 212,14 milhões de toneladas no mesmo período de 2024. Em 1º de dezembro de 2024, esses estoques eram de 306,68 milhões de toneladas. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita avançou apenas 1,1%, devido às chuvas, e chegou a 20,3% da área nacional até o dia 3 de abril. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.