07/Apr/2025
Segundo o Itaú BBA, o setor de etanol de milho pode demandar até R$ 20 bilhões em investimentos caso todos os projetos anunciados de construção de plantas saiam do papel, além de aproximadamente R$ 9 bilhões em capital de giro. A estimativa abarcou 23 novos projetos, entre novas unidades e expansões. A discussão é como financiar esses R$ 20 bilhões. A estruturação dos projetos precisará contar com apoio do BNDES, bancos públicos, mercado privado e fornecedores. A necessidade de aporte dos acionistas também tende a crescer, principalmente diante da alta dos juros.
Em 2024, um projeto poderia ser viável com 30% a 40% de equity dos sócios, mas o cenário macroeconômico atual, com a taxa Selic a 14,25%, exige um maior comprometimento de capital próprio. O negócio, embora seja bom, não suporta um nível de alavancagem tão elevado como já foi visto em algum momento do setor. A volatilidade do mercado também foi apontada como um fator de risco para as usinas. Se fizer a captação de um financiamento e o Ebitda não cobrir os juros, começa uma ‘bola de neve’ em relação à dívida. Por isso, o Itaú BBA tem recomendado que novos projetos sejam estruturados com atenção ao equilíbrio entre dívida e equity, além de um planejamento financeiro robusto.
Outro ponto ressaltado foi a importância do alinhamento entre os sócios para garantir a solidez dos investimentos. É preciso que haja um diálogo no início do projeto sobre a necessidade de aporte, para que isso não aconteça apenas em um momento de virada de mercado. Por fim, o Itaú BBA questionou se o ritmo de investimentos no setor está alinhado com a demanda futura por etanol. O timing e o movimento dos investimentos serão determinantes para a sustentabilidade do setor. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.