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01/Apr/2025

Preços reduzem o ritmo de alta com fraca demanda

Com a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) avançada e o plantio do milho 2ª safra de 2025 quase finalizado, a comercialização do cereal no spot acontece de maneira pontual. Enquanto alguns produtores aguardam novas altas de preço, outros preferem aproveitar o momento de cotações elevadas para vender e liberar espaço nos armazéns para a soja recém-colhida. Do lado da demanda, muitos consumidores estão abastecidos e, com isso, se mantêm afastados do spot nacional ou compram lotes de maneira pontual. O ritmo de alta está menor que o registrado em semanas anteriores, mas os valores seguem em elevados patamares e acima dos praticados há um ano, em termos nominais.

O mercado brasileiro mantém os preços sustentados diante de estoques apertados e forte demanda nas principais regiões consumidoras. No curto prazo, o cenário é de escassez. Os preços continuam firmes tanto no mercado físico quanto nos contratos futuros. Há registro de negócios próximos a R$ 100,00 por saca de 60 Kg em algumas regiões. O valor reflete a dificuldade de encontrar produto disponível. O foco do mercado agora se desloca para a 2ª safra de 2025 e o comportamento climático nas próximas seis a oito semanas. O cenário do clima ainda não é desastroso, mas já aponta para possíveis perdas em estados como Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e no sul do Paraná.

Mato Grosso segue com desempenho mais favorável, mas outros polos têm desempenho abaixo do ideal. A leitura climática agora passa a ser central para entender o real potencial da 2ª safra de 2025. O clima deve dominar os preços no médio prazo, com base nas projeções para abril e maio. O período será de especulação sobre desenvolvimento das lavouras, com potencial de oferta possivelmente menor do que o inicialmente projetado. A transição entre abril e junho será decisiva para as cotações. A 2ª safra de 2025 vai moldar o comportamento do mercado. Se o clima for desfavorável, o viés ainda pode ser de alta, mas se as chuvas forem favoráveis, o mercado tende a se acomodar mais à frente.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, o spot segue com pouca fluidez e a indicação é de R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB. Para 2ª safra de 2025, a indicação está entre R$ 50,00 e R$ 51,50 por saca de 60 Kg FOB. Para exportação, a indicação de compra está entre R$ 47,00 e R$ 48,00 por saca de 60 Kg. No Paraná, na região dos Campos Gerais, há registro de negócios a R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento entre 10 e 15 dias. No CIF, os valores estão entre R$ 82,00 e R$ 83,00 por saca de 60 Kg, nos mesmos prazos. No geral, a negociação é lenta, com produtores com as atenções voltadas para a expedição da soja. Alguns compradores indicam entre R$ 78,00 e R$ 79,00 por saca de 60 Kg, mas os produtores não demonstram interesse. A chegada da 2ª safra de 2025 pode pressionar as cotações.