31/Mar/2025
Os produtores de milho estão concentrados nas atividades de campo. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) avança bem na maior parte das regiões produtoras, e a semeadura da 2ª safra de 2025 caminha para a fase final. Por um lado, o atual clima seco vem favorecendo a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025), mas, por outro, já gera preocupações quanto às lavouras da 2ª safra de 2025. Chuvas neste período são fundamentais para o bom desenvolvimento. Previsões indicam possibilidade de chuvas nesta semana na maior parte das regiões, ainda que de forma moderada. Neste contexto, as negociações envolvendo milho ocorrem de forma pontual e regionalizadas. Parte dos vendedores ainda limita o volume disponível, apostando em novas altas nos valores, enquanto outra parcela de agentes oferta o cereal, visando aproveitar os atuais elevados patamares. Além disso, alguns produtores estão atentos a dificuldades com o armazenamento, devido à intensificação da colheita também da soja.
Do lado da demanda, muitos consumidores se mostram abastecidos, e com isso, se mantêm afastados do spot nacional e/ou compram lotes de maneira pontual. Esse contexto tem resultado em pressão sobre as cotações em algumas regiões, como é o caso de Campinas (SP). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 87,92 por saca de 60 Kg, baixa de 2,4% nos últimos sete dias. No acumulado de março, no entanto, o Indicador ainda acumula alta, de 0,5%. Na B3, as perspectivas de melhores condições climáticas também pressionam os contratos. O vencimento Maio/2025 registra recuo de 3,5% nos últimos sete dias, a R$ 77,47 por saca de 60 Kg. Para o contrato Setembro/2025, a desvalorização é de 0,7% no mesmo período, a R$ 72,34 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, os preços apresentam aumentos de 1,2% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). É evidente que o ritmo de alta está menor que o registrado em semanas anteriores, mas os valores seguem em elevados patamares e acima dos praticados há um ano, em termos nominais.
Nesta parcial de março, as médias de preços das regiões de Sorriso (MT), Rio Verde (GO), Norte do Paraná e de Santa Rosa (RS) estão respectivos 8,8%, 11,9%, 4,8% e 3,6% acima das registradas em fevereiro/2025 e expressivos 77%, 46%, 39% e 36,2% superiores às de março/2024. Os envios de milho ao mercado externo seguem intensos. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros 13 dias úteis de março, foram exportadas 818,4 mil toneladas de milho, praticamente o dobro de todo o volume embarcado em março/2024 (de 427,3 mil toneladas). No spot, no Porto de Paranaguá (PR), o preço médio registra alta de 3,8% nos últimos sete dias. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) somava, até o dia 23 de março, 48% da área nacional, acima dos 40,1% da média dos últimos cinco anos.
Para o Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) a colheita chegou a 92% da área até o dia 24 de março, com estimativa de produção de 2,85 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul, o tempo seco beneficiou o avanço da colheita, que chegou a 80% da área estadual até o dia 27 de março, conforme a Emater-RS. Em Santa Catarina, os trabalhos de campo somaram 85,5% da área até o dia 23 de março, segundo a Conab. Para 2ª safra de 2025, as atividades estão na reta final, com 95,6% da área nacional estimada já semeada até o dia 23 de março, segundo a Conab, acima dos 91,9% da média dos últimos cinco anos. Em Mato Grosso, restam apenas as regiões do oeste e sudeste do Estado para finalizarem a semeadura, com somente 0,06% a ser semeado, conforme dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) do dia 21 de março. No Paraná, a expectativa é de produção de 15,92 milhões de toneladas, e, até o dia 24 de março, a semeadura atingiu 96% da área estadual, de acordo com o Deral/Seab.
Em Mato Grosso do Sul, até o dia 21 de março, a semeadura somava 83,3%, conforme indica a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). Nos Estados Unidos, os preços registram fortes quedas nos últimos sete dias, pressionados por preocupações de agentes com a escalada das disputas tarifárias entre Estados Unidos, México, Canadá e China e por expectativa de que o relatório que será divulgado nesta segunda-feira (31/03), pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponte aumento na área destinada ao cereal em 2025. Com isso, na Bolsa de Chicago, ambos os vencimentos Maio/2025 e Julho/2025 registram recuo de aproximadamente 4% nos últimos sete dias, a US$ 4,50 por bushel e a US$ 4,58 por bushel, respectivamente. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita chegou a 19,2% da área nacional até o dia 27 de março, 13,2% acima do mesmo período de 2024. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.