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28/Mar/2025

Preços do milho sustentados em elevado patamar

O mercado brasileiro de milho permanece firme, com compradores ainda indicando preços elevados e produtores resistindo a vender. A sustentação das cotações reflete a escassez do produto no curto prazo e a preocupação com o desenvolvimento da 2ª safra de 2025. O comprador continua indicando preços mais altos, mesmo com o produtor segurando. No caso de Mato Grosso, praticamente não tem mais milho disponível. A movimentação atual é mais nominal, pois poucos negócios são efetivamente fechados, mas o efeito é de alta. Onde ainda há milho, o produtor está pedindo cada vez mais.

A firmeza nos preços está amparada também pelo clima adverso nos Estados que ainda têm lavouras em desenvolvimento. Com exceção de Mato Grosso, que teve plantio mais regular, outros Estados já mostram perdas. Isso reforça a aposta do produtor em preços elevados mais à frente. Cotações próximas a R$ 100,00 por saca de 60 Kg foram reportadas em regiões do interior de São Paulo com milho do Paraná tributado pelo ICMS. Em Mato Grosso, os preços chegaram aos maiores patamares dos últimos três anos. Mesmo que o movimento de alta esteja perto do limite, o mercado continua muito sustentado.

Essa dinâmica pode se manter até a entrada da colheita da 2ª safra de 2025, prevista para começar entre maio e junho. Mesmo em anos de quebra, quando a colheita começa, há uma tendência de pressão nos preços. Mas, até lá ainda há muito espaço para especulação. Uma eventual mudança mais brusca nas cotações só ocorreria com fatores externos, como uma queda significativa do dólar. Pensando apenas na oferta e demanda do mercado brasileiro, o cenário ainda favorece preços firmes.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a liquidez é baixa. Os compradores indicam entre R$ 76,00 e R$ 77,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em até 30 dias. Os volumes são escassos, e quem ainda tem produto está pedindo até R$ 80,00 por saca de 60 Kg, o que praticamente paralisa o mercado. Para 2ª safra de 2025, há registro de negócios pontuais entre R$ 59,00 e R$ 60,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento no fim de agosto. os compradores internos têm buscado cobertura para o segundo semestre, mas os vendedores ainda testam preços mais altos. Alguns produtores indicam entre R$ 62,00 e R$ 63,00 por saca de 60 Kg.

No Paraná, na região de Maringá, há bom número de vendedores no mercado spot de milho, mas pouquíssimos compradores. Enquanto exportadores estão focados nos embarques de soja, o mercado interno prefere esperar a entrada da 2ª safra de 2025, diante da expectativa de queda nos preços devido ao maior volume. Ainda assim, há registro de negócios pontuais para a indústria de ração, nos níveis de R$ 96,00 por saca de 60 Kg CIF tributada para Botucatu (SP), para entrega imediata e pagamento em 35 dias. A maior parte das indicações de compra fica entre R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg CIF para o milho tributado, enquanto os produtores indicam entre R$ 97,00 e R$ 98,00 por saca de 60 Kg, nas mesmas condições para volumes expressivos.

Para 2ª safra de 2025, o cenário é o contrário: há muito interesse de compra, mas pouco de venda. Os exportadores indicam R$ 69,00 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento em 28 de agosto e R$ 70,00 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e pagamento em 30 de setembro, em ambos os casos na modalidade CIF no Porto de Paranaguá. No Porto de Santos (SP), os valores são entre R$ 69,50 e R$ 71,00 por saca de 60 Kg. Os produtores estão retraídos e observam como ficará o clima antes de ofertarem.