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26/Mar/2025

Preços do milho operam em patamares elevados

O mercado de milho segue em alta no curto prazo, especialmente nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, mas os contratos futuros da B3 para o segundo semestre já indicam tendência de queda diante da perspectiva de colheita de uma grande 2ª safra de 2025, apesar de perdas localizadas. Mesmo com os problemas, a produção deve ficar entre 90 milhões e 95 milhões de toneladas. Mato Grosso, sozinho, deve produzir cerca de 50 milhões de toneladas e, por isso, deve novamente ditar o ritmo da oferta nacional. Os preços no mercado físico ainda operam em patamares altos, sustentados pela escassez temporária até a chegada do grosso da 2ª safra de 2025, entre junho e julho.

Nas regiões de Lucas do Rio Verde (MT) e Sorriso (MT), o preço atinge R$ 83,00 por saca de 60 Kg. É um nível histórico. Na B3, porém, os preços futuros já começaram a recuar. Isso mostra que o mercado está se ajustando aos níveis de exportação. Se a 2ª safra de 2025 atender à demanda interna e ainda sobrar milho, essa sobra terá que ser exportada, e quem vai mandar no mercado é o preço de exportação. O mercado não deve despencar, pois há sustentação tanto da demanda interna quanto externa. O momento atual é de alta para o milho disponível.

Ressalta-se que o aumento do plantio de sorgo nesta safra pode trazer alguma pressão adicional sobre os preços do milho. O Brasil registra recorde histórico de área de sorgo plantada. É uma alternativa que vai entrar nesse mercado e deve ser considerada. No curto prazo, o milho segue sustentado, mas é preciso manter a atenção redobrada às movimentações da safra norte-americana. Se o relatório de intenção de plantio do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) mostrar aumento expressivo de área no país, os preços na Bolsa de Chicago podem recuar, e isso deve refletir na B3.

Em Mato Grosso, na região de Primavera do Leste, o mercado de milho disponível FOB enfrenta lentidão. Os compradores indicam entre R$ 75,00 e R$ 77,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque e pagamento imediatos, mas praticamente não há produto disponível. Os vendedores que ainda têm milho indicam R$ 80,00 por saca de 60 Kg. Assim, o mercado está parado. Para a 2ª safra de 2025, apesar do bom desenvolvimento da lavoura até agora, a previsão de estiagem para a segunda quinzena de abril trava a comercialização. As tradings indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento em agosto, mas o produtor prefere esperar.

Em São Paulo, na região de Pedrinhas, há registro de negócios para o mercado interno a R$ 91,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento à vista, mas no geral a comercialização está travada, com negociação pontual. Os compradores apenas observam, sem indicar preços, e os produtores não ofertam. Os compradores estão consumindo estoque e sentem dificuldade para originar volume de dentro e de fora do Estado. Para 2ª safra de 2025, os preços estão subindo: no fim do ano passado estavam em R$ 65,00 por saca de 60 Kg, chegaram a R$ 70,00 por saca de 60 Kg em fevereiro e agora estão acima de R$ 70,00 por saca de 60 Kg.