26/Mar/2025
Importantes grupos agrícolas dos Estados Unidos estão pedindo ao governo que revise ou remova as propostas de restrições comerciais marítimas contra a China, que podem aumentar custos e prejudicar as exportações norte-americanas de etanol e de milho. A Associação Nacional dos Produtores de Milho (NCGA) e a Growth Energy, maior associação comercial de biocombustíveis do país, alertaram o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) que as medidas podem tornar os produtos dos Estados Unidos menos competitivos globalmente. No ano passado, o USTR concluiu que os esforços chineses para manter uma vantagem competitiva nos setores marítimo, logístico e de construção naval eram "irracionais" e "oneravam ou restringiam o comércio dos Estados Unidos".
Diante disso, o escritório propôs tarifas portuárias para empresas norte-americanas que utilizam embarcações construídas ou operadas por chineses, com algumas cobranças chegando a US$ 1,5 milhão. O plano também exigiria que a maior parte das exportações dos Estados Unidos utilizasse navios de bandeira e construção norte-americana. A NCGA destacou que os agricultores do país já enfrentam desafios com o aumento nos custos de insumos, a volatilidade nos preços das commodities e as oportunidades estagnadas de acesso ao mercado. Adicionar mais pressão financeira por meio de custos de transporte mais altos pode resultar em mais instabilidade para os produtores, particularmente para aqueles que dependem dos mercados globais de exportação para permanecerem competitivos. Segundo a NCGA, as taxas propostas devem aumentar o custo do transporte de grãos a granel, o que inclui o milho.
De acordo com a Federação Agrícola Americana, esses exportadores podem enfrentar um custo adicional de transporte de US$ 372 milhões a US$ 930 milhões por ano. Esses custos podem se traduzir em um adicional de US$ 0,34 a US$ 0,64 por bushel de milho, que quase sempre é repassado ao agricultor. A Growth Energy afirmou que a proposta resultaria em preços mais altos e menos competitivos, além de reduzir a demanda por exportações dos Estados Unidos e aumentar o preço de insumos importados para a produção de etanol. Também foi mencionada a concorrência com o Brasil. Outros países estão tomando medidas para aliviar o custo do comércio e expandir suas exportações de etanol. O Brasil está buscando atualmente um acordo comercial com a União Europeia que daria à sua indústria de etanol maior e mais fácil acesso ao mercado europeu, por exemplo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.