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19/Mar/2025

Preço sustentado por estoque apertado e demanda

O mercado de milho no Brasil segue sustentado no curto prazo, com oferta limitada e demanda firme tanto no mercado interno quanto para exportação. Os compradores seguem ativos, mas muitos apostam que os preços poderão recuar com o avanço da colheita da 2ª safra de 2025, que começa a ganhar ritmo nas próximas semanas. Os consumidores têm comprado forte para cobrir estoques até abril, mas a partir de maio estão mais tranquilos, acreditando que a 2ª safra de 2025 poderá pressionar os preços.

Apesar dessa expectativa, a firmeza no mercado doméstico persiste, uma vez que os estoques de milho seguem apertados. Quem tem milho está segurando. O mercado segue comprador, com demanda forte da indústria de ração. O cenário para 2ª safra de 2025 ainda depende das condições climáticas nas próximas semanas. Algumas regiões produtoras receberam chuvas no último fim de semana, como Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás, o que trouxe algum alívio para as lavouras, mas a umidade ainda é irregular. Se houver problemas climáticos mais graves, o mercado pode reagir positivamente.

No front externo, a dinâmica global de oferta e demanda continua favorável ao milho. Há um déficit mundial entre produção e consumo estimado entre 25 milhões e 30 milhões de toneladas, o que deve manter os fundamentos sólidos para o cereal no médio prazo. Mesmo que a safra dos Estados Unidos cresça, não será suficiente para equilibrar completamente esse déficit, e o Brasil deve continuar com uma exportação relevante, embora em volumes menores do que no último ciclo devido ao aumento da demanda interna.

Para o segundo semestre, há um viés de acomodação dos preços, com a perspectiva de aumento da área de milho nos Estados Unidos e a entrada da safra norte-americana no mercado global. A tendência é de que, a partir de setembro, os preços nos portos brasileiros se alinhem à referência internacional, o que pode limitar valorizações no mercado interno.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, o mercado disponível segue com poucas ofertas e negócios pontuais. Os negócios giram entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em abril. Para 2ª safra de 2025, os compradores indicam entre R$ 58,00 e R$ 59,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em agosto e pagamento em setembro. No entanto, os vendedores seguem firmes, esperando valores acima de R$ 60,00 por saca de 60 Kg para negociar.

Em São Paulo, há registro de negócios no interior na casa dos R$ 100,00 por saca de 60 Kg, com produtores comercializando de maneira cautelosa e vendendo volumes reduzidos. Na região de Campinas, a oferta é restrita e os vendedores estão resistentes em negociar, enquanto os compradores tentam manter os preços mais baixos, jogando com a expectativa de queda futura. Os negócios seguem lentos. A indicação de compra está entre R$ 95,00 e R$ 96,00 por saca de 60 Kg CIF.

Na região de Bastos, a indicação é de R$ 92,00 por saca de 60 Kg. No interior, o milho vindo de outros Estados tem chegado ao Estado entre R$ 87,00 e R$ 97,00 por saca de 60 Kg com ICMS, enquanto os lotes do Paraná aparecem a R$ 100,00 por saca de 60 Kg na região sul de São Paulo. O comprador está segurando o mercado, tentando espalhar notícia de maior oferta para forçar a queda dos preços. Para 2ª safra de 2025, o mercado segue incerto. As indicações no Porto de Santos são de R$ 72,00 por saca de 60 Kg CIF para setembro e R$ 71,00 por saca de 60 Kg para agosto.