19/Mar/2025
Os futuros de milho fecharam em queda nesta terça-feira (18/03) na Bolsa de Chicago, com temores de que as disputas tarifárias iniciadas pelo governo de Donald Trump acabem afetando a demanda pelo grão dos Estados Unidos. China e União Europeia já anunciaram tarifas retaliatórias de 15% e 25%, respectivamente, sobre o milho norte-americano.
A situação pode se agravar em 2 de abril, se os Estados Unidos realmente implementarem tarifa de 25% contra produtos do México e Canadá. O México é o principal importador de milho dos Estados Unidos, enquanto o Canadá é o maior comprador de etanol norte-americano. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com o grão. O vencimento maio caiu 2,25 cents (0,49%), e fechou a US$ 4,58 por bushel.
O avanço do plantio da 2ª safra de 2025 no Brasil também pesou sobre os contratos. A semeadura atingia até dia 16 de março 89,6% da área prevista, avanço de 6,5% na comparação semanal, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na comparação com igual momento da safra passada, quando 92,3% da área havia sido colhida, há atraso de 2,7%. Um sentimento de aversão a risco no mercado também influenciou os negócios.
Os investidores decidiram buscar ativos mais seguros, e esses recursos foram para o ouro. Isso está pressionando as commodities agrícolas. De acordo com dados da Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), o país asiático importou 1,8 milhão de toneladas de milho em janeiro e fevereiro de 2025, volume 97,1% inferior ao registrado em igual intervalo de 2024. As perdas foram limitadas pelo enfraquecimento do dólar ante o Real, que tende a desestimular as vendas externas do Brasil.