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18/Mar/2025

Preço do milho sustentado pela demanda aquecida

O mercado de milho segue sustentado no Brasil, com demanda interna aquecida e expectativas de maior participação do País nas exportações globais. A oferta de milho disponível está baixa, e o mercado interno continua comprador, ao mesmo tempo em que os exportadores voltam a reforçar posições. A tendência é de preços firmes no curto prazo, principalmente diante do cenário climático ainda incerto para 2ª safra de 2025. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) avança, mas seu impacto na oferta é limitado, já que a produção está concentrada em Estados com elevado consumo interno, como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A entrada dessa safra ameniza um pouco a restrição de oferta, mas não resolve o problema estrutural do mercado, que segue com estoques apertados e forte disputa entre indústrias e exportadores. A comercialização da 2ª safra de 2025 ainda está indefinida, já que o plantio ocorreu dentro da janela ideal em muitas regiões, mas há incertezas climáticas. Agora, o mercado entra no chamado 'weather market' do milho. Se não tiver chuvas adequadas em abril e maio, a produtividade pode ser comprometida, principalmente na Região Centro-Oeste.

Essa incerteza mantém os preços sustentados, pois os compradores antecipam compras para evitar surpresas mais adiante. Além da demanda interna, o milho brasileiro pode ganhar espaço no mercado externo caso a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e Europa se intensifique. A Europa pode migrar para o milho brasileiro, o que fortaleceria os prêmios de exportação. Isso criaria uma disputa ainda maior entre exportadores e o mercado doméstico, que já opera com margens apertadas para originação.

Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, o milho disponível segue valorizado, mas os negócios estão escassos. A indicação de compra é de R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB. Os produtores que ainda têm estoque indicam R$ 85,00 por saca de 60 Kg, mas os compradores estão cautelosos. Para 2ª safra de 2025, os exportadores indicam entre R$ 46,00 e R$ 46,50 por saca de 60 Kg FOB. Os compradores do mercado interno indicam R$ 48,00 por saca de 60 Kg. Os produtores indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg.

No Paraná, na região de Ponta Grossa, os preços do cereal disponível chegam a R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato, e pagamento em 30 dias. Para 2ª safra de 2025, no interior do Paraná, especialmente na divisa com São Paulo, onde a oferta é mais escassa, as indicações chegam a R$ 90,00 por saca de 60 Kg FOB. No Porto de Paranaguá, as cotações para embarque entre julho e agosto são de R$ 70,00 por saca de 60 Kg. A indústria está aguardando mais clareza sobre o desenvolvimento da cultura, já que há previsão de frio em abril e seca em maio.