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17/Mar/2025

Tendência é de alta para preços do milho no Brasil

Enquanto os estoques de milho seguem baixos, a demanda pelo cereal está aquecida. Esse cenário mantém os preços em alta na maior parte das regiões. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) se aproxima de R$ 90,00 por saca de 60 Kg, patamar nominal verificado pela última vez em abril de 2022. Dados divulgados no dia 13 de março pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que os estoques iniciais da temporada 2024/2025 são de apenas 2,04 milhões de toneladas, inferior às 2,1 milhões de toneladas apontadas em fevereiro/2025 e bem abaixo das 7,2 milhões de toneladas da safra 2023/2024. O atual estoque representa apenas 2,4% do consumo anual do milho pelo mercado interno, que, por sua vez, está estimado em 86,97 milhões de toneladas em 2024/2025. No spot nacional, os demandantes seguem ativos, mas esbarram nos maiores valores indicados por vendedores e nas dificuldades logísticas.

Além disso, os produtores continuam priorizando os embarques de soja e os trabalhos de campo, como a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025), que ainda é pontual, resultando em poucos lotes sendo disponibilizados no spot, além da semeadura da 2ª safra de 2025. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra avanço de 2,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 89,88 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, as altas são de 1,9% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 2,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Neste mesmo período, as elevações mais intensas são verificadas nas regiões de Barreiras (BA), Rondonópolis (MT), Rio Verde (GO), Maracaju (MS), de respectivos 9,2%, 12%, 4% e 5,8%. Na B3, os contratos se valorizam, impulsionados por preocupações com o atraso da semeadura da 2ª safra de 2025 e por incertezas quanto ao clima nos próximos meses.

Além disso, tarifas da União Europeia sobre o grão dos Estados Unidos, contexto que pode aquecer a demanda pelo cereal brasileiro, reforçou o aumento nos valores futuros. Assim, o contrato Março/2025 está cotado a R$ 89,06 por saca de 60 Kg, alta de 2,8% nos últimos sete dias. No relatório deste mês, a Conab praticamente manteve a produção total brasileira, com leve alta de 0,6% frente ao relatório de fevereiro, estimada agora em 122,76 milhões de toneladas, 6,1% maior que a temporada anterior. Para safra de verão (1ª safra 2024/2025), atualmente em período de colheita, a produção deve ser de 24,85 milhões de toneladas, enquanto a 3ª safra de 2025 pode somar 2,38 milhões de toneladas. Quanto à 2ª safra de 2025, a área destinada será 2% maior; e a produtividade, 4% superior à da temporada anterior. Assim, a produção é estimada em 95,51 milhões de toneladas, 6% maior que a da safra passada.

Com o aumento na produção e a redução nos envios brasileiros ao exterior, estimados em 34 milhões de toneladas, abaixo das 38,5 milhões de toneladas da temporada anterior, os estoques finais devem ser de 5,53 milhões de toneladas, acima das 4,89 milhões de toneladas estimadas em fevereiro. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), entre os relatórios de fevereiro para março, manteve os estoques finais e a produção de milho dos Estados Unidos na safra 2024/2025 estimados em 39,12 milhões de toneladas e em 377,63 milhões de toneladas, respectivamente. No entanto, pressionados pelos volumes da China, os estoques finais mundiais recuaram, passando para 288,93 milhões de toneladas, contra 290,3 milhões de toneladas previstas no relatório de março. Para o Brasil, o USDA manteve a estimativa de produção em 126 milhões de toneladas, mas reduziu a de exportação para 41 milhões de toneladas.

Para a Argentina, a produção ainda soma 50 milhões de toneladas, enquanto as exportações subiram para 39,5 milhões de toneladas. A produção mundial foi estimada pelo USDA em 1,21 bilhão de toneladas, mesmo volume apontado no relatório de fevereiro. O consumo também se manteve em 1,23 bilhão de toneladas, mas os estoques ao final da temporada diminuíram. Neste cenário, a relação estoque/consumo da temporada 2024/2025 é de 23,4%, abaixo da registrada em 2023/2024, de 25,7%, e ainda inferior à média dos últimos cinco anos, de 26,4%. Os embarques brasileiros de milho voltaram a se intensificar neste início de março, somando 446,94 mil toneladas em apenas três dias úteis, já superando as 427,30 mil toneladas escoadas em todo mês de março de 2024. Os trabalhos de campo seguem avançando, e as recentes chuvas e previsões de novas precipitações têm gerado expectativa quanto à produção da 2ª safra de 2025.

Levantamento da Conab indica que, até o dia 9 de março, a semeadura da 2ª safra de 2025 somava 83,1% da área nacional estimada, atraso de 0,8% em relação à média dos últimos cinco anos. Para a safra verão (1ª safra 2024/2025), 34,5% da área havia sido colhida, acima dos 32% da média dos últimos cinco anos (2020-2024). Nos Estados Unidos, os futuros recuaram no início da semana passada, pressionados por estimativas indicando estoques finais norte-americanos acima da expectativa dos agentes e pela possibilidade de desaceleração na demanda, com a redução do interesse da China, devido à imposição da taxa aos produtos deste país. No entanto, a estimativa de corte na produção da Argentina voltou a elevar os futuros. Segundo a Bolsa de Comércio de Cereais de Rosário, a produção prevista para Argentina agora é de 44,5 milhões de toneladas, contra 46 milhões de toneladas da estimativa anterior. Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 registram valorização de 0,89% e 0,27% nos últimos sete dias, a US$ 4,53 por bushel e a US$ 4,65 por bushel, respectivamente. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.