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13/Mar/2025

Preços do milho sustentados no mercado doméstico

O mercado de milho segue com preços sustentados no Brasil, mesmo após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manter inalterada sua projeção para os estoques norte-americanos, acima do que o mercado esperava. Os fundamentos não mudaram, o balanço doméstico continua apertado no primeiro semestre, independentemente do que ocorre no exterior. Enquanto nos Estados Unidos o milho sofreu quedas após o anúncio das tarifas chinesas, no Brasil o cenário é diferente.

A recente decisão do governo brasileiro de zerar a alíquota de importação do milho não deve afetar significativamente os preços internos. O Mercosul já não tem tarifa. No ano passado, o Brasil importou 1,5 milhão de toneladas, quase tudo do Paraguai. O milho norte-americano não é competitivo no Brasil, apesar dos preços valorizados no mercado interno. Para 2ª safra de 2025 a perspectiva de produção é positiva e a tendência é de que isso alivie os preços.

Em Mato Grosso, na região de Sinop, o mercado de milho disponível segue travado em Sinop, com estoques reduzidos e poucos negócios reportados. Os compradores indicam entre R$ 70,00 e R$ 72,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento à vista. Para 2ª safra de 2025, as indicações estão entre R$ 48,00 e R$ 48,50 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento no fim de agosto. Os produtores indicam R$ 50,00 por saca de 60 Kg e seguram as vendas, apostando em preços mais elevados adiante.

No Paraná, na região de Cascavel, o ritmo de negócios é lento, com compradores mais cautelosos e vendedores ainda retraídos. Na região oeste, os preços do milho disponível variam entre R$ 78,00 e R$ 80,00 por saca de 60 Kg FOB, enquanto no sudoeste, onde a pressão da colheita é maior, as indicações estão entre R$ 75,00 e R$ 76,00 por saca de 60 Kg, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. A expectativa de possíveis intervenções do governo no mercado de grãos tem deixado os compradores receosos.

Os consumidores estão optando por segurar estoques e evitar posições longas, temendo medidas como a redução de tarifas para importação ou até restrições à exportação. Se houver uma queda no frete nas próximas semanas, as indústrias podem acabar pagando o mesmo preço para o produtor, mas com uma margem mais confortável para o comprador. Para 2ª safra de 2025, o mercado é lento. As indicações para exportação giram em torno de R$ 65,00 por saca de 60 Kg FOB para embarque em julho. No Porto de Paranaguá, a indicação está entre R$ 72,00 e R$ 73,00 por saca de 60 Kg CIF. Os vendedores ainda estão inseguros com o clima e apostam em preços mais altos adiante.