12/Mar/2025
O mercado de milho segue firme no Brasil, sustentado pela oferta restrita do cereal da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e pelo forte consumo interno, que bateu recordes nos dois primeiros meses do ano. Janeiro e fevereiro foram históricos em termos de demanda, principalmente para a produção de ração e etanol. A limitação da oferta doméstica mantém elevados os preços futuros na B3, enquanto o produtor vende pouco à espera da 2ª safra de 2025. Muitos produtores restringem a oferta e a indústria de proteína animal está pagando mais para garantir o abastecimento.
Mesmo com o bom andamento da 2ª safra de 2025, o produtor deve considerar estratégias de proteção. A colheita da 2ª safra de 2025 pode trazer alguma correção nos preços. O mercado interno tem ditado o ritmo do milho neste primeiro semestre, mas a partir do meio do ano a exportação volta a ganhar protagonismo. Com uma 2ª safra de 2025 cheia, haverá milho suficiente para atender tanto o mercado interno quanto parte das exportações. A partir daí, o preço vai depender da demanda externa e da safra dos Estados Unidos, que já estará em desenvolvimento.
O cenário global também reforça a perspectiva de suporte para os preços. Mesmo com as chuvas recentes, a safra da Argentina deve ficar dentro do esperado, e o Paraguai enfrenta dificuldades, o que pode afetar os compradores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que tradicionalmente buscam parte do abastecimento no país vizinho. O quadro mundial de milho segue deficitário, com um déficit estimado entre 25 e 35 milhões de toneladas, o que deve manter os preços relativamente firmes nos próximos meses.
Em São Paulo, a oferta é limitada e os preços estão sustentados. Assim, os compradores precisam pagar mais para recompor estoques. Na região de Campinas, há registro de negócios entre R$ 92,00 e R$ 93,00 por saca de 60 Kg CIF, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. No mercado FOB, na divisa com o Paraná, as indicações são de R$ 85,00 por saca de 60 Kg FOB, com embarque imediato e pagamento em 30 dias.
Os produtores seguem segurando estoques, apostando em preços mais altos na entressafra. Para 2ª safra de 2025, a indicação é de R$ 72,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para entrega em julho e pagamento em 29 de agosto. No entanto, os vendedores indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg CIF Porto de Santos, para pagamento antecipado em 16 de agosto, o que trava a comercialização.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, a oferta é escassa. Ainda há estoques remanescentes, mas os vendedores seguram, apostando em preços mais elevados. As indicações de compra estão na faixa de R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque imediato e pagamento em 30 dias. Para 2ª safra de 2025, os compradores indicam entre R$ 57,00 e R$ 58,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento no final de agosto. No entanto, os vendedores indicam R$ 60,00 por saca de 60 Kg FOB.