11/Mar/2025

Segundo relatório do Citi, a decisão do governo federal de manter a mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina em 27% (E27), como parte das medidas para conter a inflação de alimentos, pode ter efeitos negativos sobre os preços do etanol e os investimentos no setor. A expectativa da indústria era de um aumento para 30% (E30) ao longo da próxima safra, o que sustentava projeções otimistas para o mercado. Com a manutenção do E27, a previsão é de um balanço doméstico de oferta e demanda mais frouxo para o etanol, o que pode desacelerar a tendência de aperto nos estoques e prejudicar a valorização dos preços no curto prazo. Além disso, a Petrobras pode reduzir os preços da gasolina para alinhá-los ao mercado internacional, pressionando ainda mais as cotações do etanol. Para o setor de etanol de milho, a decisão do governo também gera preocupações.

O não aumento da mistura pode reduzir a demanda por milho, desestimulando novos investimentos em usinas de etanol. A medida tem implicações ambientais, já que uma maior proporção de etanol na gasolina contribuiria para reduzir as emissões de carbono no Ciclo Otto brasileiro. Entre os impactos setoriais, a decisão pode ser negativa para empresas como São Martinho e Jalles Machado, em virtude da menor expectativa de demanda por etanol e DDG. O relatório também aponta riscos para o setor, como a crescente adoção de veículos elétricos, que pode reduzir a demanda por etanol no longo prazo. No entanto, fatores como a possível redução dos subsídios ao açúcar na Índia e a expansão do RenovaBio no Brasil podem sustentar os preços da commodity e criar oportunidades para o mercado de biocombustíveis. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.