10/Mar/2025
Segundo a AgResource, o governo federal zerou a alíquota de importação do milho, que antes era de 7,2%, para tentar reduzir os custos dos alimentos, mas o efeito prático no mercado brasileiro ainda é incerto. A medida pode estimular compras da Argentina, mas o alto custo do frete e o andamento da 2ª safra de 2025 serão determinantes para a decisão da indústria. Se ficar muito mais barato importar, isso será feito, mas, por enquanto, a indústria está bem coberta até junho ou julho e tem tempo para decidir se vale a pena comprar. A 2ª safra de 2025, que representa a maior parte da produção brasileira de milho, foi semeada no limite da janela ideal em Mato Grosso e segue em andamento em Goiás.
O atraso aumenta os riscos climáticos, o que pode reduzir a oferta e fortalecer a necessidade de importação. Se tiver algum problema na 2ª safra de 2025, faz todo sentido a importação. A Argentina, um dos principais fornecedores, pode ganhar espaço no mercado brasileiro, mas o custo logístico é um entrave. O frete está muito caro. Em 2024, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras de milho somaram 39,7 milhões de toneladas, queda de 28,8% em relação ao recorde do ano anterior.
O preço médio recuou 15,9%, para US$ 203,00 por tonelada, enquanto a receita com os embarques fechou o ano em US$ 8,05 bilhões, uma redução de 40,2% na comparação anual. A menor produção, com destaque para as perdas em Mato Grosso do Sul, e a maior concorrência do milho americano e argentino limitaram os embarques. O possível aumento das importações pode pressionar os preços internos no curto prazo, mas, se a 2ª safra de 2025 tiver problemas, o cenário pode se inverter, e o milho importado serviria como um fator de equilíbrio na oferta. Está muito cedo para falar de problemas na 2ª safra de 2025, mas existe um potencial de perda. O mercado vai precisar monitorar semana a semana. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.