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03/Mar/2025

Tendência é de alta para preços do milho no Brasil

Os preços do milho seguem registrando altas expressivas na maior parte das regiões. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) voltou a fechar acima dos R$ 87,00 por saca de 60 Kg. Os recentes aumentos se devem à maior presença de compradores no mercado spot, a dificuldades logísticas e aos baixos estoques domésticos. O movimento mais intenso de elevação tem sido verificado desde meados de fevereiro, quando a demanda pelo cereal aumentou ao mesmo tempo em que os vendedores reduziram a oferta. Esses produtores passaram a priorizar entregas dos lotes negociados antecipadamente, sobretudo os de soja, que, atualmente, está com oferta mais elevada, diante do avanço da colheita. Com os lotes de soja para serem entregues, demandantes também enfrentam menor disponibilidade de fretes e preço elevado de transporte.

Atentos a esse cenário, os compradores de milho aumentaram os valores de aquisição, sobretudo no caso de lotes mais próximos da unidade de consumo. Quanto aos estoques brasileiros, o volume está baixo, e nem mesmo o avanço da colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) tem elevado a disponibilidade interna. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estoque de passagem no final de janeiro de 2025 foi de apenas 2,1 milhões de toneladas, expressivos 70% inferior ao do ano anterior, quando era de 7,2 milhões de toneladas. No campo, a produção da safra de verão (1ª safra 2024/2025) está estimada pela Conab em 23,6 milhões de toneladas. Então, quando somados a produção da safra de verão e os estoques iniciais, tem-se apenas 30% do consumo interno total de 2025, de aproximadamente 87 milhões de toneladas.

A baixa disponibilidade do cereal tem deixado agentes atentos e preocupados quanto a novas negociações no curto prazo. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra forte alta de 4,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 87,68 por saca de 60 Kg. Em fevereiro, a elevação foi de 17%. Outras regiões que registram altas expressivas nos últimos sete dias são: Triângulo Mineiro - MG (6,3%), oeste do Paraná (4,4%) e Sorriso (MT), com significativos 6,9% Nos últimos sete dias, as altas são de 3,4% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 3,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O atual cenário mantém em valorização os contratos futuros negociados na B3. Para o primeiro semestre, a expectativa de oferta restrita impulsiona os valores, e, para a segunda metade do ano, preocupações relacionadas à semeadura atrasada elevam as cotações.

Nos últimos sete dias, os contratos Março/25 e Maio/2025 apresentam valorização de 5%, a R$ 86,83 por saca de 60 Kg e a R$ 82,61 por saca de 60 Kg, respectivamente. O Julho/2025 e o Setembro/2025 têm alta de 1% na mesma comparação, indo para R$ 74,17 por saca de 60 Kg e R$ 73,78 por saca de 60 Kg. Os trabalhos de campo seguem avançando, beneficiados pelo clima quente e seco. Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que, até o dia 23 de fevereiro, 20,9% da área da safra de verão (1ª safra 2024/2025) havia sido colhida, progresso semanal de 3,6%, mas ainda abaixo dos 24,9% registrados no mesmo período de 2024. No Rio Grande do Sul, a colheita ultrapassou a metade da área. Relatório da Emater-RS aponta que, até o dia 27 de fevereiro, as atividades somavam 64% da área, avanços de 2% em relação à semana anterior e de 1% sobre o mesmo período do ano passado, com boa produtividade.

No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), a colheita chegou a 42% da área estadual até o dia 24 de fevereiro. O Deral/Seab revisou as estimativas de produção, para 2,79 milhões de toneladas, aumento de 11% em relação ao ano anterior. Em Santa Catarina, a área colhida até o dia 23 de fevereiro é de 29%, segundo a Conab. A semeadura da 2ª safra de 2025 soma 53,6% da área nacional estimada, segundo dados da Conab do dia 23 de fevereiro. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que 67,15% da área estimada havia sido cultivada até o dia 21 de fevereiro, avanço de 22,2% em relação à semana anterior, mas atraso de 3,12% da média dos últimos cinco anos. O ritmo de semeadura neste ano foi limitado pelo maior volume de chuvas no Estado e pelo atraso da colheita de soja.

No Paraná, segundo o Deral/Seab, 65% da área estimada para 2ª safra de 2025 havia sido semeada até dia 24 de fevereiro. Quanto à produção, a expectativa é de aumento de 26%, totalizando 15,87 milhões de toneladas. Em Mato Grosso do Sul, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), a semeadura de milho da 2ª safra de 2025 chegou a 34,6% da área estimada até o dia 21 de fevereiro. Os preços externos acumulam fortes quedas nos últimos sete dias, pressionados por dados apontando alta de 5% nos estoques de etanol norte-americanos, pela possibilidade de taxação a produtos do México, do Canadá e da China no próximo mês e pela previsão de aumento na área destinada ao cereal nos Estados Unidos. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 registram queda de fortes 6%, ambos, a US$ 4,64 por bushel e a US$ 4,81 por bushel, respectivamente. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a colheita de milho alcançou 5,4% da área, estimada em 6,6 milhões de toneladas. A produção pode somar 49 milhões de toneladas. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.