28/Feb/2025
O mercado de milho segue firme no Brasil, refletindo a combinação de atraso na 2ª safra de 2025 e demanda aquecida. Os contratos negociados na B3 avançaram nos últimos dias, impulsionados pela preocupação com o desenvolvimento das lavouras e a necessidade de reposição de estoques por indústrias consumidoras. A colheita da soja avançou rápido, mas nem todas as áreas destinadas ao milho foram semeadas dentro da janela ideal, especialmente no Paraná, Mato Grosso do Sul e Goiás. Isso pode comprometer o potencial produtivo. Porém, o plantio da 2ª safra de 2025 está recuperando o atraso e voltando à média normal. Mesmo que haja uma dúvida sobre a perda da janela de plantio por causa do atraso inicial, o atual momento de preços estimula o produtor a manter a área inicialmente prevista.
Entretanto, as condições climáticas são ponto de atenção. A produtividade dependerá da regularidade das chuvas entre março e abril, quando o cereal entra em estágios decisivos. O mercado interno continua forte, com as agroindústrias garantindo volumes para evitar aperto de oferta. A produção da safra de verão (1ª safra 2024/2025) não cobre toda a demanda, e a 2ª safra de 2025 precisa se consolidar para equilibrar o abastecimento nos próximos meses. A oferta global está no radar, mas o foco do mercado segue no Brasil. O milho importado da Argentina não é competitivo neste momento, o que reforça a disputa pelo produto nacional. O mercado segue sustentado. No curto prazo, o avanço das lavouras e a evolução do clima devem definir os próximos movimentos.
Em Mato Grosso, na região de Campo Verde, o milho está praticamente esgotado. A indicação de compra é de R$ 70,00 por saca de 60 Kg FOB, mas há poucos vendedores. A liquidez é baixa, e a oferta está restrita a pequenos estoques remanescentes de produtores que aguardaram o fim da colheita da soja para decidir sobre a venda do milho. Para 2ª safra de 2025, as indicações de tradings estão entre R$ 47,00 e R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, para embarque em julho e pagamento no fim de outubro. As granjas indicam até R$ 50,00 por saca de 60 Kg, mas mesmo assim os negócios seguem travados. O produtor está retraído e quem ainda tem milho está indicando R$ 55,00 por saca de 60 Kg.
No Paraná, na região de Maringá, a negociação no mercado spot de milho está aquecida, com indústrias de ração e granjas com apetite para negócios. Há registro de negócios para compradores de São Paulo, onde não há mais cereal disponível, entre R$ 93,00 e R$ 95,00 por saca de 60 Kg CIF com impostos inclusos, para entrega em março pagamento em 30 dias. Para 2ª safra de 2025, as indicações no Porto de Paranaguá estão entre R$ 71,50 e R$ 72,00 por saca de 60 Kg, para entrega em julho e pagamento 29 de agosto. Os produtores estão focados na colheita da soja e ainda fazem contas para 2ª safra de 2025.