25/Feb/2025
O mercado de milho segue sustentado no Brasil, refletindo a alta demanda interna e os impactos do atraso no plantio da 2ª safra de 2025. Apesar de o plantio ter avançado para um nível mais satisfatório, o mercado agora está precificando esse atraso e as possíveis consequências na oferta futura. Mesmo com os avanços recentes, o atraso gerou incertezas que só agora estão sendo totalmente absorvidas pelos preços. Na B3, os principais contratos de milho tiveram forte valorização nos últimos dias, com altas de quase R$ 5,00 por saca de 60 Kg.
O movimento tem dois fatores principais: a característica de entressafra do mercado interno e a precificação tardia dos impactos do atraso no plantio. O volume produzido na safra de verão (1ª safra) é pequeno frente à demanda, criando um ambiente típico de entressafra. Esse fator mantém os preços elevados, independentemente do comportamento do mercado externo. Outro ponto relevante é a relativa desconexão entre o mercado brasileiro e os preços internacionais.
Embora a Bolsa de Chicago tenha registrado ganhos recentemente e o dólar tenha oscilado para cima, a alta do milho na B3 parece ter sido impulsionada essencialmente por fundamentos internos. Aqui, o que pesa mesmo é a necessidade de abastecimento e a incerteza quanto ao tamanho da 2ª safra de 2025. No curto prazo, os preços devem continuar firmes, sustentados pela necessidade de compra da indústria e pelas incertezas climáticas sobre a 2ª safra de 2025. Até ter uma confirmação de uma boa safra, vai ser difícil ver o milho abaixo de R$ 65,00 ou R$ 70,00 por saca de 60 Kg. No entanto, uma eventual queda no dólar ou sinais mais claros de uma safra robusta poderiam limitar essa valorização.
No Rio Grande do Sul, as indicações no mercado spot de milho são de R$ 71,00 por saca de 60 Kg em Ijuí e em Santa Rosa; R$ 72,00 por saca de 60 Kg em Não-Me-Toque, Marau e Gaurama; e R$ 73,00 por saca de 60 Kg em Arroio do Meio e Lajeado, em todos os casos na modalidade CIF, para entrega imediata e pagamento em março. No Porto de Rio Grande, os exportadores indicam R$ 78,50 por saca de 60 Kg CIF, para entrega sobre rodas entre fevereiro e março e pagamento no final de março.
Os vendedores indicam entre R$ 71,00 e R$ 75,00 por saca de 60 Kg FOB, para entrega e pagamento entre fevereiro e março. Os exportadores estão, no momento, embarcando lotes adquiridos entre 45 e 60 dias atrás. A exportação está lenta agora. As indústrias estão com ofertas maiores, porque o preço da carne e do etanol está alto. Os compradores do mercado interno estão com medo de ficar sem milho e indicam valores mais atrativo do que exportadores.
No Paraná, no Porto de Paranaguá, a indicação é de R$ 72,50 por saca de 60 Kg, para entrega em agosto e pagamento 30 de setembro; R$ 73,20 por saca de 60 Kg, para entrega em setembro e pagamento em 30 de outubro; R$ 73,80 por saca de 60 Kg, para entrega em outubro e pagamento 30 de novembro; e R$ 74,50 por saca de 60 Kg, para entrega em novembro e pagamento 30 de dezembro. A movimentação no porto está parada. Além de compradores do mercado interno estarem mais agressivos, os prêmios de exportação vão apenas até julho.
Em Mato Grosso, na região de Sinop, o mercado de milho disponível enfrenta escassez de oferta. Os compradores indicam R$ 60,00 por saca de 60 Kg FOB, mas os estoques na região já se esgotaram. No mercado futuro, as indicações para agosto variam entre R$ 46,00 e R$ 48,00 por saca de 60 Kg FOB, mas os produtores indicam até R$ 50,00 por saca de 60 Kg. As negociações seguem lentas, com poucas ofertas.