25/Feb/2025
Segundo o Rabobank, os preços do milho subiram 3% em janeiro ante dezembro/2024 no Brasil, sustentados pelo atraso no plantio da 2ª safra de 2025. O plantio atrasado tem favorecido os preços locais. Desde o início do ano, as cotações acumulam valorização de 34% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar da sustentação nas cotações, as exportações de milho também recuaram em janeiro. Foram embarcadas 3,6 milhões de toneladas, queda de 16% na comparação com dezembro. Com o início de março, o mercado deve acompanhar o desenvolvimento do plantio da 2ª safra de 2025, que ocorre tradicionalmente até meados do mês nas principais regiões produtoras. O clima favorável previsto para as próximas semanas será fundamental para o avanço tanto da colheita da soja quanto do plantio da 2ª safra de milho de 2025, que enfrenta uma janela cada vez mais apertada com a entrada de março. A expectativa do setor é que as condições climáticas ajudem a recuperar parte do atraso identificado nas operações de campo no início do ano.
Segundo o Boletim Agro do Banco do Brasil divulgado nesta segunda-feira (24/02), a produção brasileira de milho deve atingir 124,1 milhões de toneladas em 2025, volume 8,2% superior à safra anterior. O ajuste positivo advém da melhora do rendimento médio e do aumento de área plantada. Para a safra de verão (1ª safra 2024/2025), que já tem 98,1% da área semeada, a estimativa é de uma produção de 25,2 milhões de toneladas, um aumento de 10,0% em relação à safra anterior. Para o milho 2ª safra de 2025, o boletim prevê uma produção de 98,9 milhões de toneladas, crescimento de 7,8% em comparação com 2024. No entanto, o plantio da 2ª safra de 2025 enfrenta desafios. O plantio começou em grande parte do País, estando com 35,7%, abaixo do percentual registrado no mesmo período do ano passado, devido ao tempo seco em Mato Grosso do Sul e ao excesso de chuvas em Mato Grosso. Os preços do cereal registraram fortes altas nos últimos três meses, com impacto maior na Bolsa de Chicago do que na B3.
Esse movimento tem sido sustentado pela revisão baixista do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a produção do cereal nos Estados Unidos (-3,1%) e recuo nos estoques finais globais (-12,7%), além da demanda mais aquecida pelo grão norte-americano. O consumo interno também pressiona o mercado. O consumo interno de milho no Brasil atingiu um novo recorde em 2024, impulsionado pelo avanço no setor de proteína animal e pela indústria de etanol de milho. Como resultado, os estoques foram reduzidos, levando a uma queda nas exportações. Para os próximos meses, o milho deve continuar se valorizando, embora a volatilidade deva persistir até que o cenário para o cultivo da 2ª safra de 2025 no Brasil esteja mais claro e as questões comerciais dos Estados Unidos com os seus principais parceiros se consolidem. Entre os fatores a serem monitorados estão as disputas comerciais dos Estados Unidos com outros países e dúvidas quanto ao plantio da 2ª safra de 2025 no Brasil dentro do período recomendado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.