24/Feb/2025
Os preços do milho registram altas mais expressivas na maior parte das regiões. O impulso vem da menor disponibilidade do cereal no spot nacional e do maior interesse de compradores. Os vendedores, atentos às recentes valorizações e à demanda aquecida, se retraem do mercado, apostando em valorizações maiores nos próximos dias. Os consumidores têm tido dificuldades para recompor seus estoques e vêm se esbarrando nos preços elevados no atual período. No estado de São Paulo, as cotações avançam com certa força, refletindo a retração dos vendedores, que seguem priorizando as atividades de campo e, atentos às dificuldades logísticas, aumentam as pedidas. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de significativos 5,7%, cotado a R$ 83,62 por saca de 60 Kg, o maior patamar nominal desde março de 2023. Na parcial do mês, o Indicador acumula alta de 11,5%. Em termos reais, a média parcial de fevereiro é a maior desde abril/2023 (valores deflacionados pelo IGP-DI de janeiro/2025).
O cenário de alta também é observado em outras importantes regiões produtoras. Em Dourados (MS), os preços têm valorização de 3,4%; em Primavera do Leste (MT), 12,1%; em Rio Verde (GO), 5,8%; no Triângulo Mineiro (MG), 7,4%; em Passo Fundo (RS), 5%; e, no Oeste do Paraná, 2,7%. Com as elevações mais intensas em São Paulo, observa-se aumento na diferença entre as médias deste Estado e das demais regiões. Na parcial de fevereiro, a média do Indicador está R$ 6,65 por saca de 60 Kg acima da registrada no Oeste do Paraná; R$ 8,63 por saca de 60 Kg maior que a do Triângulo Mineiro (MG) e R$ 10,41 por saca de 60 Kg acima da média de Rio Verde (GO); em janeiro, as diferenças eram menores, de R$ 4,19 por saca de 60 Kg; de R$ 6,30 por saca de 60 Kg; e de R$ 7,11 por saca de 60 Kg, respectivamente. Nos últimos sete dias, a alta é de 2,9% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 3% no mercado de balcão (preço pago ao produtor).
Na B3, no mesmo período, o contrato Março/2025 tem forte reação de 3,7%, a R$ 82,72 por saca de 60 Kg; Maio/2025 avanço 2,1%, para R$ 78,60 por saca de 60 Kg, enquanto o vencimento Setembro/2025 registra alta de apenas 0,8%, para R$ 73,46 por saca de 60 Kg. As negociações para exportação também seguem pontuais, o que, ressalta-se, já é aguardado para este período, devido à prioridade com as entregas da soja, que atualmente está em colheita. Nos primeiros 10 dias úteis de fevereiro, foram embarcadas apenas 827 mil toneladas do cereal, praticamente metade do volume escoado em todo mês de fevereiro de 2024. Na mesma comparação, o ritmo diário de embarques está 8% inferior. No Porto de Paranaguá (PR), observa-se pequena alta de 0,4% no preço nos últimos sete dias. No campo, a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) tem avançado, com as atividades favorecidas pelo clima seco e quente nas regiões produtoras.
Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) do dia 16 de fevereiro, 21,1% da área da safra de verão (1ª safra 2024/2025) foi colhida, progresso semanal de 7,8% e próximo dos 21,4% registrados em 2023. No Paraná, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) indica que 30% da área havia sido colhida até o dia 17 de fevereiro, com a produtividade dentro do esperado. No Rio Grande do Sul, a Emater-RS relata que, apesar das restrições hídricas registradas em partes da temporada, as produtividades apresentadas têm sido satisfatórias; e, até o dia 20 de fevereiro, 62% da área estadual foi colhida. Em Santa Catarina e em São Paulo, até o dia 16, as áreas já colhidas somavam 24,2% e 4%, respectivamente, segundo a Conab. Para 2ª safra de 2025, a redução das chuvas também tem permitido o avanço da semeadura, que conta com 35,7% da área nacional, aponta a Conab. Em Mato Grosso, de acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o dia 14 de fevereiro, o Estado contava com 44,95% da área esperada semeada, registrando grande avanço de aproximadamente 22% no correr da semana.
Em Mato Grosso do Sul, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul), a semeadura de milho 2ª safra de 2025 chega a 24,2% da área estimada até o dia 14 de fevereiro. No Paraná, o Deral/Seab indicou que as atividades avançam conforme o andamento da colheita de soja, e a germinação tem sido favorecida por pancadas de chuvas e altas temperaturas. Com isso, 56% da área estadual havia sido semeada até o dia 17 de fevereiro. Nos Estados Unidos, os vencimentos futuros são impulsionados sobretudo pelo aumento na demanda pelo cereal e por preocupações com a safra brasileira, que está com a semeadura atrasada em relação à temporada anterior, além da expectativa de uma nova onda de calor na Argentina, que pode reduzir a produtividade das lavouras. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 registram valorização de 0,91% e 1,33%, respectivamente, indo para US$ 4,98 por bushel e US$ 5,12 por bushel. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.