21/Feb/2025
Segundo a XP Investimentos, as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre importações do México e do Canadá podem gerar uma reorganização no comércio global de grãos e proteínas, favorecendo os exportadores brasileiros. As restrições impostas pelos Estados Unidos afetam diretamente dois dos maiores importadores de milho e proteínas do mundo. O México é o maior comprador global de milho e suínos e um dos principais de carne de frango dos Estados Unidos. Se houver retaliação comercial, o Brasil pode se beneficiar como fornecedor alternativo. As tarifas norte-americanas, que chegam a 25% sobre alguns produtos importados do México e do Canadá, devem encarecer a matéria-prima para frigoríficos dos Estados Unidos e gerar impactos inflacionários.
A alta de custos pode ser repassada ao consumidor final. O mercado norte-americano já opera com margens pressionadas. O aumento do custo da proteína tende a elevar os preços ao consumidor, o que pode reforçar a busca por alternativas de importação. As restrições também reforçam preocupações sobre inflação nos Estados Unidos. A estratégia protecionista tende a aumentar custos produtivos. Se a intenção é renacionalizar a produção, o resultado será uma economia menos eficiente, com preços mais altos e impactos de longo prazo sobre a inflação.
Para o Brasil, o cenário pode representar uma oportunidade de consolidar sua posição no comércio global de proteínas e grãos. A competitividade do agronegócio brasileiro é um diferencial. O Brasil já é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango e está ganhando espaço no milho. Se houver desvio de demanda, tem capacidade de atender. Mesmo com vantagens comparativas, o Brasil ainda enfrenta barreiras para ampliar sua participação nos mercados dos Estados Unidos e da Europa. Hoje, o Brasil paga tarifas de 26% para exportar carne bovina aos Estados Unidos fora da cota. O mercado existe, mas há entraves que precisam ser negociados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.