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17/Feb/2025

Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

As cotações do milho seguem em alta na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Vendedores estão atentos às atividades de campo, limitando o volume de cereal para negociação, enquanto compradores tentam recompor os estoques. Produtores estão focados na colheita da safra verão e também estão preocupados com a semeadura da segunda safra, que pode ocorrer fora da janela considerada ideal, atrasando a entrada dos lotes e reduzindo o potencial produtivo. Isso tem feito com que compradores encontrem pedidas elevadas de vendedores, além da baixa oferta de fretes, visto que a prioridade é para o escoamento da soja. Apesar dessas preocupações, a Conab apontou, em relatório divulgado na última semana, aumento de 2 milhões de toneladas na produção da segunda safra, impulsionado principalmente pela elevação na colheita de Mato Grosso – a capacidade operacional dos produtores desse estado permitiu o avanço da semeadura em momentos propícios.

Com isso, os estoques ao final da temporada também foram ajustados. Na média das regiões acompanhadas, nos últimos sete dias, as cotações do milho subiram 0,8% no mercado de balcão (recebido pelo produtor) e 1,4% no de lotes (negociações entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), acumulou 14 dias consecutivos de alta, chegando a R$ 79,12/saca de 60 kg, com alta de 3,5% nos últimos sete dias. Na B3, os preços também subiram, impulsionados por preocupações com a oferta global do cereal. O contrato Mar/25 subiu 1,97% nos últimos sete dias, para R$ 79,76/sc de 60 kg. Conforme relatório divulgado pela Conab no dia 13, a produção brasileira da safra 2024/25 deve totalizar 122,01 milhões de toneladas, 5,5% acima da verificada na temporada anterior, com recuperação da primeira e da segunda safras. Para a primeira safra, apesar da redução na área, o aumento na produtividade elevou a produção para 23,58 milhões de toneladas, 3% superior à de 2023/24.

Quanto à segunda safra, as expectativas nos aumentos da área e da produtividade podem resultar em safra 6,4% superior à anterior, totalizando 96,04 milhões de toneladas. Já a terceira safra (cultivada nas regiões Norte e Nordeste) deve produzir 2,38 milhões de toneladas, 3,8% inferior à temporada anterior. Deste modo, somando os estoques iniciais, a produção e a importação, a oferta do cereal em 2025 deve ser de 125,81 milhões de toneladas. A Companhia ainda estima que o consumo interno será de 86,92 milhões de toneladas, gerando um excedente de praticamente 39 milhões de toneladas. Já a exportação segue estimada em 34 milhões de toneladas. Nesse contexto, apenas 4,89 milhões de toneladas restarão ao final da temporada, patamar abaixo das 9 milhões de t da média dos últimos cinco anos. O USDA, por sua vez, apontou redução nos estoques mundiais do cereal em 2024/25, refletindo a queda na produção na América do Sul (Brasil e Argentina).

Agora, a produção mundial foi estimada pelo USDA em 1,212 bilhão de toneladas. Nos Estados Unidos, a produção segue projetada em 377,63 milhões de toneladas, enquanto Brasil e Argentina tiveram quedas de 1 milhão de toneladas, estimadas em 126 e 50 milhões de toneladas, respectivamente. Quanto aos estoques mundiais, passaram de 293,3 milhões de toneladas em janeiro para 290 milhões neste mês. Segundo dados da Conab divulgados no dia 9, 13,3% da área de safra verão foi colhida, progresso semanal de 2,8 pontos percentuais, mas atraso de 5,3 p.p. em relação ao mesmo período da temporada anterior. No Rio Grande do Sul, a falta de chuvas e as altas temperaturas têm impactado no desenvolvimento das lavouras semeadas tardiamente. A Emater indica que 54% da área estadual foi colhida até o dia 13 de fevereiro. No Paraná, a Seab/Deral, indica que a colheita chegou a 21% da área até o dia 10, e, em Santa Catarina, somava 3,8% até o dia 9, conforme a Conab. Sobre a segunda safra, produtores de alguns estados do Centro-Oeste ainda se preocupam com a semeadura, que pode ter atrasos.

Em Mato Grosso, dados do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) apontam que 17,2% da área estadual havia sido semeada até o último dia 7. Em Mato Grosso do Sul, a área semeada, também até o dia 7, chegou em 12,8%, segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). No Paraná, a Seab/Deral indicou que 46% da área havia sido semeada até o dia 10 de fevereiro. Nos Estados Unidos, os vencimentos futuros acumularam leves quedas nesta semana. A pressão veio após os dados do USDA apontarem manutenção nos estoques de milho nos Estados Unidos – vale lembrar que agentes aguardavam redução. As altas temperaturas na Argentina e as preocupações com a semeadura da segunda safra no Brasil limitaram as baixas. Na Bolsa de Chicago (CME Group), nos últimos sete dias, os vencimentos Mar/25 e Maio/25 cederem leve 0,3%, a US$ 4,935/bushel (US$ 194,28/t) e US$ 5,06/bushel (US$ 199,20/t), respectivamente. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.