17/Feb/2025
A quinta alta mensal seguida das cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT), a perspectiva de uma primeira safra sem aumento de oferta e com maior demora na colheita, e o atraso no plantio do grão de inverno são os principais fatores de sustentação para os preços do produto no mercado interno, avaliou o Itaú BBA em relatório mensal. Mesmo com um prêmio de risco adicionado às cotações internas relacionado à semeadura da safrinha, a demanda continua firme. O banco atribui a alta de 8% no mês na CBOT a uma revisão para baixo na produção dos Estados Unidos e a uma piora nas condições climáticas na Argentina, que pode comprometer a produção do país. Outros fatores foram as exportações dos EUA aquecidas e um balanço global que sinaliza maior aperto para o grão na safra 2024/25.
As projeções de safra de Brasil e Argentina deixam o estoque global de milho ainda mais apertado. O cenário deve se manter com as exportações dos EUA fortalecidas e o mercado brasileiro cauteloso e valorizado, diante dos atrasos na segunda safra. A boa demanda pelo grão americano somada a um mundo com redução dos estoques do cereal deve seguir sustentando os preços em Chicago. Em relação ao Brasil, o Itaú BBA vê falta de competitividade no cereal brasileiro, somada à ausência de compras chinesas. Ainda assim, o banco acredita que essa falta de apetite externo tenha se equilibrado com o aumento no consumo interno associado às indústrias de etanol, que altera a dinâmica de comercialização e exportação do milho nacional.
Quanto à semeadura do grão de inverno, cada semana de atraso na colheita da soja aumenta o risco de um plantio de segunda safra de milho fora da janela ideal, apesar do ritmo ter acelerado em Mato Grosso e Goiás na última semana. O passado mostra quedas não desprezíveis de produtividade para lavouras semeadas após 10 de março em Mato Grosso. Soma-se a isso a condição no Oceano Pacífico saindo de La Niña para a fase neutra, o que no Brasil se traduz em corte das chuvas mais cedo na faixa central e tendência de precipitação abaixo da média em abril e maio. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.