12/Feb/2025
As aquisições de fertilizantes em fevereiro para o plantio da segunda safra de milho 2025 devem ficar aquém da expectativa inicial, de 60%, alcançando no máximo 50% do total necessário. O atraso nas compras ocorre pelos preços inflacionados da ureia e pela alta dos juros. Esses fatores, combinados, podem ter afetado o poder de compra do agricultor, apesar do momento favorável do câmbio para a venda de milho e da subida das cotações do grão. Em novembro, as aquisições de fertilizantes no País estavam em 40% do necessário para o plantio do milho, enquanto em novembro de 2023 chegavam próximas de 30%. Os preços da ureia subiram 11% em 2024, para US$ 360 por tonelada no Brasil. O aumento das cotações decorre principalmente da redução das exportações da China, um dos principais fornecedores do insumo, em virtude de medidas do governo para pressionar os preços internos e evitar uma escalada inflacionária.
Em 2023, o país asiático chegou a exportar, globalmente, 5 milhões de toneladas de ureia, frente a apenas 250 mil toneladas no ano passado. Além da menor oferta, o primeiro trimestre também é o momento de pico nos preços, pois, assim como os produtores brasileiros estão fazendo suas compras de fertilizantes para a safra de inverno de milho, Estados Unidos e Europa também. A Índia, que era o maior comprador de ureia dos chineses, está, igualmente, com dificuldade de fazer aquisições. Em contrapartida, apesar da redução no fornecimento de ureia, a China vem exportando outro produto como substituto: o sulfato de amônia. É um subproduto da produção de aço e também, de certo modo, da produção de baterias de carros elétricos. O sulfato de amônia é mais barato do que a ureia e, além disso, é rico em enxofre. O enxofre é um produto normalmente caro, mas que faz bem para o solo tropical, por atuar em processos fisiológicos importantes das plantas.
Assim, no sulfato de amônia, o enxofre, que é uma coisa cara, se torna barato. A China vem ganhando mercado com este insumo. Ainda assim, o momento de juros mais altos pode continuar atrasando a aquisição antecipada de fertilizantes para o plantio. Obviamente, o juro influencia nas antecipações de compra. Seja por restrição de crédito, por preço caro de empréstimos ou por você tirar o dinheiro do bolso e deixar de ganhar juros. Contudo, com os preços atuais do milho mais altos e a moeda norte-americana valorizada, as relações de troca do cereal com a ureia estão em um momento neutro, em 30 sacas de milho por tonelada de ureia. Além disso, com o grão cotado em dólar e o fertilizante também, além de o preço do milho, em Reais, estar subindo, há um cenário mais benéfico este ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.