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10/Feb/2025

Tendência de alta para os preços internos do milho

Os preços do milho seguem avançando. O movimento de alta tem sido observado desde o começo deste ano. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) voltou a fechar acima dos R$ 76,00 por saca de 60 Kg, o que não era observado desde abril de 2023. Preocupações relacionadas a atrasos da colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e da semeadura da 2ª safra de 2025, sobretudo na Região Centro-Oeste do Brasil, têm mantido parte dos vendedores afastada dos negócios no mercado spot, à espera de novas valorizações. Além disso, agentes indicam que a prioridade vem sendo a colheita e a entrega dos lotes de soja, o que tem deixado as vendas de milho em segundo plano e os fretes, encarecidos. Do lado da demanda, os consumidores se mostram interessados em adquirir novos lotes, mas encontram dificuldades, diante dos preços maiores pedidos por vendedores. As altas mais expressivas nas cotações vêm sendo observadas em São Paulo.

Além da oferta atual restrita no Estado, os produtores estão atentos às dificuldades logísticas, e, com isso, elevam os valores pedidos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 2,2% nos últimos sete dias, cotado a R$ 76,42 por saca de 60 Kg. Nas regiões de Sorocabana e de Mogiana, ambas em São Paulo, os avanços dos valores no mercado de lotes (negociação entre empresas) são de 2,2% e de 1,9% nos últimos sete dias, respectivamente. Nos últimos sete dias, as elevações são de 0,1% no mercado de balcão (preço ao produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, o retorno das chuvas na região central do Brasil, as altas internacionais e preocupações com a safra na Argentina impulsionam os futuros. Nos últimos sete dias, o contrato Março/2025 registra alta de 2,8%, a R$ 78,22 por saca de 60 Kg e o contrato Maio/2025 avançou 2,1%, indo para R$ 77,64 por saca de 60 Kg. Os ritmos de colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e da semeadura da 2ª safra de 2025 têm sido limitados por chuvas em boa parte das regiões.

Apesar de ainda ser cedo, caso as precipitações sigam impedindo os trabalhos, a semeadura da 2ª safra de 2025 pode ficar fora da janela considerada ideal, o que, por sua vez, tende a prejudicar a produtividade das lavouras. Até o momento, as estimativas ainda indicam possível produção acima da temporada anterior. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) se concentra nos Estados da Região Sul e São Paulo. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 10,5% da área nacional havia sido colhida até o dia 2 de fevereiro, abaixo dos 13,8% registrados em 2024. No Paraná, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). a colheita chegou a 11% da área estadual até o dia 3 de fevereiro, avanço semanal de 6%, mas ainda expressivos 25% atrasados em relação à temporada anterior. No Rio Grande do Sul, a colheita tem avançado, e as lavouras que foram semeadas no período considerado ideal vêm apresentando resultados satisfatórios. Até o dia 6 de fevereiro, 43% das lavouras haviam sido colhidas, conforme dados da Emater-RS.

Em Santa Catarina, a colheita chegou a 4,2% da área, segundo a Conab. A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) indicou que, apesar da redução de 11% na área destinada ao cereal, o aumento na produtividade pode gerar entre 2,3 e 2,4 milhões de toneladas, acima da previsão anterior, de 2,2 milhões de toneladas. Em São Paulo, a colheita totaliza 3% da área estadual, segundos dados do dia 2 de fevereiro da Conab. Para 2ª safra de 2025, a média nacional da semeadura chegou em apenas 5,3% da área até o dia 2 de fevereiro, inferior aos 19,8% em 2024, conforme apontam dados da Conab. Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o cultivo somava 6,26% da área esperada até o dia 31 de janeiro, com grande atraso de 22,4% em relação à temporada anterior, devido às chuvas. A produção estadual deve ser de 45,85 milhões de toneladas, redução de 2,8% sobre 2023/2024. No Paraná, até o dia 3 de fevereiro, 28% da área estimada para 2ª safra de 2025 havia sido semeada, abaixo dos 32% registrados em 2024, segundo o Deral/Seab.

Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indicou que a semeadura chegou, até o dia 31 de janeiro, a 7,6% da área estadual. Nos Estados Unidos, os preços futuros são impulsionados pela suspensão das taxas que o governo norte-americano tinha implementado sobre os produtos do México, que, vale ressaltar, é um grande comprador de milho dos Estados Unidos. Além disso, a queda do dólar, que reduz o interesse dos brasileiros em exportar, e as preocupações com a safra na América do Sul também dão suporte às cotações. Por outro lado, as altas são limitadas pela desvalorização do petróleo. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 apresentam alta de 1% e 1,2% nos últimos sete dias, a US$ 4,95 por bushel e US$ 5,07 por bushel, respectivamente. Segundo dados da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura foi praticamente finalizada na Argentina até o dia 6 de fevereiro, totalizando 99,3% da área. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.