06/Feb/2025
Segundo o Rabobank, o atraso na colheita da safra 2024/2025 de soja no Brasil pode afetar tanto o plantio do milho 2ª safra de 2025 quanto os prêmios da oleaginosa nos portos brasileiros. O atraso na colheita da soja está empurrando o plantio da 2ª safra de milho de 2025 para fora da janela ideal em diversas regiões, especialmente em Mato Grosso, o que pode prejudicar a produtividade. As chuvas excessivas na Região Centro-Oeste têm dificultado o escoamento da soja e podem levar ao plantio tardio do milho, aumentando o risco de exposição às secas típicas do outono. O Rabobank estima que a produção total de milho no Brasil deve alcançar 126 milhões de toneladas, mas a incerteza sobre o desenvolvimento da safrinha pode afetar essa projeção.
Se a janela de plantio continuar apertada, há um risco maior de queda no potencial produtivo. Além dos desafios para o milho, o atraso na colheita e o alto volume da safra de soja devem pressionar os prêmios nos portos brasileiros nos próximos meses. A colheita foi muito atrasada e concentrada, o que pode afetar negativamente os prêmios da soja no Brasil. O Rabobank projeta uma safra recorde de 170 milhões de toneladas de soja, com exportações estimadas em 113 milhões de toneladas e um aumento no esmagamento interno impulsionado pela mistura de biodiesel, que passará de 14% para 15% em março. Ainda assim, o pico de estoques entre abril e junho pode pressionar ainda mais os prêmios.
A grande oferta e a dificuldade de escoamento podem limitar a precificação da soja no primeiro semestre. Para o segundo semestre, o cenário pode ser diferente, caso haja uma redução na exportação de milho e menos competição por espaço nos portos. Se a exportação de milho diminuir e a soja ganhar mais fluxo nos embarques, pode haver um suporte para os prêmios. A demanda pelo milho no mercado interno segue aquecida, com expectativas de crescimento na produção de proteínas animais e etanol de milho. O mercado interno tem garantido preços mais firmes para o milho, e a menor competitividade do cereal brasileiro no mercado externo deve manter uma parte maior da produção dentro do País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.