04/Feb/2025
Os futuros de milho fecharam em alta nesta segunda-feira (03/02) na Bolsa de Chicago. O mercado reagiu ao recuo do presidente norte-americano, Donald Trump, em relação às tarifas sobre importações do México. O republicano confirmou a pausa de um mês nas tarifas de 25% sobre produtos mexicanos. A decisão foi firmada durante conversa com a presidente do México, Claudia Sheinbaum. Os Estados Unidos evitam, ao menos por enquanto, confrontar com seu principal comprador de milho. O adiamento foi um alívio para os operadores. O México é o maior comprador de milho norte-americano e adquiriu 22,6 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O vencimento março do grão avançou 6,75 cents (1,40%), e fechou a US$ 4,88 por bushel. Embora ainda permaneçam em vigor as tarifas de 25% contra produtos do Canadá, além de 10% para bens chineses, há certo alívio no mercado com a lista de produtos norte-americanos que serão tarifados pelo Canadá, como resposta ao governo dos Estados Unidos. A partir desta terça-feira (04/02), o Canadá passa a tarifar em 25% alguns produtos dos Estados Unidos, mas o etanol e o milho ficaram isentos. Apesar disso, o governo canadense alertou que a primeira lista pode ser expandida nos próximos dias. Outro tema no radar são os altos custos que os produtores dos Estados Unidos terão que pagar agora pelos fertilizantes, que em grande parte vêm do Canadá. Isso pode alterar as decisões de plantio para 2025/2026, que, em geral, analistas previam com uma expansão do milho, em detrimento da soja.
O rali desta segunda-feira (03/02) pode ter ido além da questão tarifária. A alta pode estar relacionada aos problemas climáticos na Argentina. As classificações continuam caindo nas safras argentinas, assim como as estimativas de produção. O clima está mais seco, tirando grande parte da chuva das perspectivas argentinas. A representação do USDA na Argentina espera uma produção de 49 milhões de toneladas de milho na temporada 2024/2025, 1,5 milhão de toneladas a menor do que na estimativa para 2023/2024. Entre outras questões, o volume de milho inspecionado em portos dos Estados Unidos na semana foi de 1,252 milhão de toneladas, alta de 0,1% ante a semana anterior. No Brasil, a colheita do milho safra de verão (1ª safra 2024/2025) atingiu 14% da área cultivada no Centro-Sul, contra 9% uma semana antes e 17% um ano atrás, de acordo com a AgRural. O plantio da área estimada para a 2ª safra de 2025 na região alcançava 9%, ante 2,2% na semana anterior e 27% um ano atrás.