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03/Feb/2025

Tendência de preços sustentados do milho no Brasil

As cotações internas do milho seguem avançando no mercado brasileiro, sustentadas sobretudo pela retração de vendedores, que estão concentrados nos trabalhos de campo (colheita da safra verão e semeadura da 2ª safra de 2025). Além disso, a demanda está aquecida. Parte dos consumidores está mais ativa, buscando recompor os estoques. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) se aproxima dos R$ 75,00 por saca de 60 Kg, cotado a R$ 74,79 por saca de 60 Kg, avanços de 1,2% nos últimos sete dias e de 3% no acumulado de janeiro. A média mensal de janeiro foi de R$ 74,14 por saca de 60 Kg, sendo 5% superior à de janeiro/2024, em termos reais (valores deflacionados pelo IGP-DI base dezembro/2024). Nos últimos sete dias, observa-se leve queda de 0,1% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor), mas alta de 0,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). As recentes altas têm deixado compradores receosos, pois a prioridade com a soja pode reduzir ainda mais a oferta do cereal, permitindo novas valorizações.

As atividades de campo da safra 2024/2025 estão atrasadas em relação às da temporada anterior. Na Região Centro-Oeste do Brasil, as fortes chuvas têm deixado a colheita da soja mais lenta, o que, por sua vez, tem atrasado a semeadura da 2ª safra de milho de 2025. Na Região Sul do País, o ritmo de colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) está abaixo do registrado em 2024, como reflexo do atraso da semeadura de soja no início da temporada daquele ano, além das chuvas pontuais registradas recentemente. Com isso, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que, até o dia 26 de janeiro, a colheita nacional da safra de verão (1ª safra 2024/2025) totalizava apenas 6,3%, abaixo dos 10,4% em período equivalente de 2024. Para 2ª safra de 2025, apenas 1,4% da área estimada foi semeada, contra 10,3% no mesmo intervalo do ano passado. No Paraná, as atividades envolvendo a safra de verão (1ª safra 2024/2025) ainda apresentam ritmo lento, devido à prioridade com a colheita de soja.

Até o dia 27 de janeiro, a colheita do milho somava 5% da área estadual, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em nova estimativa, o Deral/Seab apontou a produção do Paraná em 2,63 milhões de toneladas, 4% acima da temporada anterior. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Emater-RS, recentes chuvas auxiliaram as lavouras em desenvolvimento vegetativo sem afetar o andamento da colheita, que chegou a 38% da área estadual no dia 30 de janeiro. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 4% da área estadual até o dia 26 de janeiro, de acordo com a Conab. A 2ª safra de 2025 começa a avançar no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, mas as atividades estão limitadas a dias com menor volume de chuva. No Paraná, enquanto a semeadura da 2ª safra de 2025 vem ganhando ritmo, favorecida pelo clima, em outras, a irregularidades das chuvas dificulta a germinação, o que tem feito produtores analisarem a possibilidade de replantio. Ressalta-se, no entanto, que parte dos produtores pode esbarrar na falta de sementes. Até o dia 27 de janeiro, a semeadura totalizava 9% da área estadual, com produção estimada em 15,53 milhões de toneladas, 24% superior à da temporada 2023/2024, segundo o Deral/Seab.

Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou que, até o dia 24 de janeiro, a semeadura chegou a 1,15% da área estadual, o menor número para este período desde 2020/2021. Esse atraso é reflexo da colheita de soja, que está mais lenta, devido às chuvas desde o início de janeiro. O lado bom é que previsões indicam diminuição das precipitações nas próximas semanas, cenário que deve aumentar o ritmo das atividades. Em Mato Grosso do Sul, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) indicou que a semeadura chegou, até o dia 24 de janeiro, a 4,8% da área estadual, com destaque para região sul, onde as atividades apresentam ritmo mais acelerado. Por enquanto, a estimativa para produção estadual é de 10,19 milhões de toneladas, forte aumento de 20,6% em relação à temporada 2023/2024. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 17 dias úteis de janeiro, foram embarcadas 2,69 milhões de toneladas de milho, o que representa 55% do volume escoado no mesmo mês de 2024.

Nos Estados Unidos, os vencimentos futuros acumulam altas, impulsionados pela demanda internacional aquecida, pelo atraso da semeadura na América do Sul e por preocupações com a oferta maior que a demanda nesta temporada. No entanto, as altas são limitadas pelas taxas que os Estados Unidos planejam implementar sobre os produtos do México, que tende a reduzir interesse dos mexicanos em comprar milho norte-americano. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 registram alta de 0,1% e 0,4% nos últimos sete dias, passando para US$ 4,90 por bushel e US$ 5,01 por bushel, respectivamente. Na Argentina, apesar do retorno das chuvas, as lavouras em boas condições passaram de 80% para 78%, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. Até o dia 30 de janeiro, a semeadura chegou a 98,7% da área estimada. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.