27/Jan/2025
Os produtores estão com as atenções voltadas à colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e ao início da semeadura da 2ª safra de 2025. Assim, o ritmo de negociações está mais lento, e os preços registram leves ajustes na maior parte das regiões. No campo, de modo geral, enquanto o clima seco e quente em parte do Paraná e do Rio Grande do Sul favorece a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025), também gera preocupação com a semeadura da 2ª safra de 2025, como em Mato Grosso do Sul e no Paraná. Em Mato Grosso, o maior volume de precipitações nos últimos dias tem reduzido o ritmo das atividades. Com produtores priorizando os trabalhos de campo e a comercialização e a entrega de lotes de soja, os negócios de milho seguem limitados, o que, de certa maneira, deixa os agricultores aguardando valorizações do cereal nas próximas semanas.
De outro lado, os consumidores que têm a necessidade de recompor os estoques, apesar de ajustes nos valores ou condições de pagamento ou entrega, têm se abastecido com o cereal do estado de São Paulo ou com lotes menores de outros Estados da Região Centro-Oeste. Esse cenário faz com que os preços na maior parte das regiões registrem apenas leves variações. Nos últimos sete dias, observa-se alta de 0,5% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor), mas queda de 0,6% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mesmo período, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra recuo de 0,7%, cotado a R$ 73,88 por saca de 60 Kg. Na B3, os vencimentos estão valorizados, acompanhando a alta dos preços internacionais. Nos últimos sete dias, o contrato Março/2025 registra avanço de 0,14%, cotado a R$ 76,33 por saca de 60 Kg.
Os contratos Maio/2025 e Julho/2025 estão cotados a R$ 75,59 por saca de 60 Kg e a R$ 72,32 por saca de 60 Kg, respectivamente, com elevações de 0,7% e 0,3%. Paralelamente à colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) nas Regiões Sul e no Sudeste do País, a semeadura da 2ª safra de 2025 teve início em algumas áreas das Regiões Sul e Centro-Oeste. No entanto, as condições climáticas desfavoráveis têm reduzido o ritmo do plantio. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 19 de janeiro, a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) havia alcançado 4,4% na média nacional, enquanto a semeadura da 2ª safra de 2025 totalizou 0,5%, ambos com atrasos em relação à temporada passada: no mesmo período, as percentagens eram de 8,6% da colheita e de 5% da semeadura.
Especificamente sobre a safra de verão (1ª safra 2024/2025), no Paraná, a colheita chegou a 2% da produção até o dia 20 de janeiro, conforme o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). As lavouras que já foram colhidas apresentam boa produtividade, animando os produtores, que esperam recuperação de 5% na produção frente à temporada anterior. Até o momento, 93% das lavouras têm boas condições. No Rio Grande do Sul, apesar do avanço significativo da colheita, as lavouras vêm sendo impactadas pelo déficit hídrico. Segundo a Emater-RS, até o dia 23 de janeiro, a área estadual colhida foi de 28%, aumento semanal de 12%. Em Santa Catarina, a colheita chegou a 2,9% da área estadual, com as primeiras lavouras também apresentando boa produtividade, segundo a Conab. Quanto à 2ª safra de 2025, as atividades estão concentradas no Paraná e em Mato Grosso até o momento.
No Paraná, a semeadura ainda está no início, atingindo 3% da área estimada e deve se intensificar conforme o avanço da colheita de soja e o retorno das chuvas, segundo o Deral/Seab. Em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que a semeadura começou na região norte, mas as atividades têm sido limitadas pelas chuvas. Para esse Estado, a Conab aponta que a semeadura chegou a 0,7% da área estadual até o dia 19 de janeiro. O ritmo de embarques de milho segue enfraquecido, cenário que pode persistir nos próximos meses em função da prioridade de produtores em negociar a soja. Segundo a Secretaria de Economia Rural (Secex), na parcial de janeiro (12 dias úteis), o Brasil exportou 2,02 milhões de toneladas do cereal, com média diária de 168,53 mil toneladas. Caso permaneçam neste ritmo até o final do mês, as exportações brasileiras devem somar 3,70 milhões de toneladas em janeiro, abaixo dos 4,87 milhões embarcados no primeiro mês de 2024.
Quanto aos preços no spot, seguem firmes, devido à alta nos valores internacionais. Porém, as elevações têm sido limitadas pela queda do dólar nos últimos dias. Nos últimos sete dias, a média do cereal apresenta valorização de 0,8% no Porto de Paranaguá (PR). Os futuros de milho são impulsionados pela boa demanda pelo cereal dos Estados Unidos para exportação e para produção de etanol. Além disso, preocupações com a falta de chuvas na Argentina e o ritmo lento dos trabalhos no Brasil também dão suporte aos valores. Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 registram alta de 3% nos últimos sete dias, a US$ 4,89 por bushel e a US$ 4,99 por bushel. Na Argentina, a recente falta de chuvas fez com que a Bolsa de Cereais de Buenos Aires atualizasse sua estimativa de produção para 49 milhões de toneladas. A semeadura chegou a 98,3% da área nacional até o momento. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.