24/Jan/2025
Os futuros de milho fecharam em alta nesta quinta-feira (23/01) na Bolsa de Chicago. O mercado foi impulsionado pelo recuo do dólar ante o Real, que tende a desestimular as vendas externas do Brasil. O vencimento março do grão avançou 5,50 cents (1,14%), e fechou a US$ 4,89 por bushel. A expectativa de maior demanda do setor de etanol também deu suporte aos preços. Nos Estados Unidos, o biocombustível é feito principalmente com milho. Na segunda-feira (20/01), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou texto indicando que a Agência de Proteção Ambiental (EPA) poderia conceder autorizações de emergência para a venda de E15 (gasolina com mistura de 15% de etanol) durante o verão, para compensar eventuais reduções na oferta de gasolina.
A E15 atualmente é proibida entre 1º de junho e 15 de setembro por temores de que contribua para aumentar a poluição em dias quentes. Dados de produção de etanol nos Estados Unidos ajudaram a sustentar os ganhos. De acordo com a Administração de Informação de Energia do país, a produção média foi de 1,099 milhão de barris por dia na semana encerrada em 17 de janeiro. O volume subiu 0,4% ante o registrado na semana anterior, de 1,095 milhão de barris por dia. O número de estoque, de 25,9 milhões de barris, foi baixista para os preços, já que o mercado esperava um volume menor. Chuvas insuficientes na Argentina e o ritmo lento de plantio da 2ª safra de 2025 no Brasil também influenciaram os negócios. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o plantio da 2ª safra de 2025 estava 0,5% concluído até o dia 19 de janeiro, ante 5% no período correspondente do ano passado.
Como reflexo do atraso na colheita da soja, a semeadura em Mato Grosso estava em 0,7%, longe dos 8,9% registrados um ano antes. Além disso, traders esperam que o próximo levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), que será divulgado nesta sexta-feira (24/01), mostre um saldo comprado em milho ainda maior. O relatório anterior mostrou que fundos de investimento detinham uma posição líquida comprada de mais de 292 mil lotes em 14 de janeiro. Temores de que os Estados Unidos imponham tarifa de 25% sobre produtos do México limitaram a alta. O México é o maior comprador de milho norte-americano e adquiriu 22,6 milhões de toneladas na temporada 2023/2024, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).