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20/Jan/2025

Preços do milho seguem firmes no mercado interno

Os preços do milho continuam firmes no mercado brasileiro, sustentados pela retração de vendedores, pela estimativa de baixos estoques e pela demanda aquecida. A necessidade de repor estoques mantém parte dos compradores ativa no spot nacional, enquanto os produtores seguem focados nos trabalhos de campo. Esse cenário de alta, no entanto, foi interrompido pontualmente na quinta-feira (16/01), quando os valores externos do cereal recuaram. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 74,42 por saca de 60 Kg, com altas de 0,1% nos últimos sete dias e de 2,4% na parcial de janeiro. Nos últimos sete dias, os aumentos são de 0,7% no mercado de balcão (preço recebido pelo produtor) e de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o estoque de passagem da safra 2023/2024, que termina em janeiro, foi estimado em 2,53 milhões de toneladas, bem abaixo das 4,42 milhões de toneladas projetadas em dezembro, refletindo o aumento das exportações, que foram atualizadas para 38,5 milhões de toneladas.

Com base na estimativa da Conab de que o consumo seja de 83,56 milhões de toneladas no ano-safra 2023/2024, a média mensal de consumo seria de 6,96 milhões de toneladas, ou seja, os estoques atuais não seriam suficientes nem para um mês. Para a safra 2024/2025, a expectativa de produção é de 119,55 milhões de toneladas, 3,3% superior à temporada anterior, reflexo sobretudo da maior produção na 2ª safra de 2025. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) segue avançando, mas a Conab estima baixa de 1,9% na produção frente à anterior, para 22,53 milhões de toneladas, resultado da redução de 6,4% da área destinada ao cereal. Quanto à 2ª safra de milho de 2025, que está sendo semeada em algumas regiões de maneira pontual, a Conab estima que a produção deve aumentar 4,8% frente ao ano passado, chegando a 94,63 milhões de toneladas. Esse reajuste está atrelado ao incremento de 1% na área e à elevação de 3,8% na estimativa de produtividade. Vale lembrar que esses números podem ser atualizados ao longo da safra. Para 3ª safra de 2025, a produção deve cair 3,8%, totalizando 2,38 milhões de toneladas.

Considerando-se a soma da produção, dos estoques iniciais e das importações, a oferta nacional em 2025 é prevista em 123,78 milhões de toneladas, apenas 0,7% abaixo da de 2024. Com isso, as exportações devem ser menores neste ano, estimadas em 34 milhões de toneladas, 4,5 milhões de tonelada abaixo do embarcado na temporada anterior. Caso esse cenário se concretize, os estoques finais devem ser de 3,42 milhões de toneladas, acima dos atuais 2,53 milhões, mas abaixo da média dos últimos cinco anos, de 9,33 milhões de toneladas. A colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) tem avançado, sobretudo nos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná, ao mesmo tempo em que a semeadura da 2ª safra de 2025 teve início no Paraná. Até o dia 12 de janeiro, foram colhidos 2,3% da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e semeado 0,2% da 2ª safra de 2025, de acordo com informações da Conab. No Paraná, a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) teve início apenas nas regiões de Francisco Beltrão e Paranaguá, com boa parte das lavouras (94%) registrando boas condições, e 33% delas em maturação, segundo o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 13 de janeiro.

Além disso, no Paraná, 1% da área destinada para 2ª safra de 2025 já foi semeada. Tanto a colheita da safra de verão (1ª safra 2024/2025) quanto a semeadura da 2ª safra de 2025 estão atrasadas na comparação com o ano anterior: neste mesmo período de 2024, a colheita estava em 5%, e a semeadura, em 4%. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, o cenário de lavouras com resultados distintos se mantém: as primeiras áreas colhidas têm apresentado resultados satisfatórios, enquanto a ausência das chuvas vem afetando as lavouras em estágio reprodutivo. Até o dia 16 de janeiro, a colheita chegou a 16% da área estadual, forte avanço semanal de 8%, mas abaixo dos 19% registrados no mesmo período de 2024. Em Santa Catarina, a colheita atingiu apenas 2% da área estadual até 12 de janeiro, abaixo dos 8% de intervalo equivalente de 2024, segundo a Conab. Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram a semana passada em alta, refletindo os dados publicados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicaram baixa de 7 milhões de toneladas na produção do país, mas voltaram a recuar com as previsões de clima benéfico nas lavouras da América do Sul e com a queda nos valores do petróleo.

Na Bolsa de Chicago, os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 registram alta de 4% nos últimos sete dias, a US$ 4,74 por bushel e a US$ 4,83 por bushel. No dia 10 de janeiro, o USDA estimou nova queda nos estoques finais mundiais entre as safras 2023/2024 e 2024/2025, passando de 317,46 milhões de toneladas para 293,34 milhões de toneladas na atual temporada. O USDA também estima que a produção 2024/2025 seja de 1.214,35 bilhão de toneladas, com consumo de 1.238,47 bilhão de toneladas. Na Argentina, a expectativa é de que chuvas nos próximos dias recuperem parte dos efeitos da seca registrada em dezembro. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires estimou produção de 48 milhões de toneladas, queda de 8,5% frente à temporada anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.