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13/Jan/2025

Etanol de Milho absorve parcela da produção brasileira

Segundo a S&P Global Commodity Insights, o crescimento da produção de etanol de milho no Brasil deve reduzir as exportações brasileiras do cereal em 2025, permitindo que os Estados Unidos recuperem participação no mercado global. A análise mostra uma mudança significativa no perfil do setor brasileiro. Em três anos, o uso de milho para etanol saltou de 9% para 19% da produção total, enquanto as exportações recuaram de 40% para 29%. A expansão começou quando algumas usinas de cana-de-açúcar em Mato Grosso e Goiás passaram a produzir etanol de milho durante a entressafra, período que dura cerca de cinco meses por ano. A produção se mostrou lucrativa por causa da abundante oferta de milho a preços baixos no Brasil Central.

As usinas pagam prêmio sobre o preço de exportação e ainda se beneficiam de custos logísticos menores, já que processam o milho no interior e transportam apenas o etanol para os centros consumidores. A produção de DDGs (grãos secos de destilaria) representa cerca de 15% da receita. O Brasil tem mandato de mistura de 27% de etanol anidro na gasolina e amplo uso de etanol hidratado puro em carros flex. A lei do "Combustível do Futuro" deve elevar ainda mais os porcentuais mínimo e máximo de mistura nos próximos anos. A expansão da área e produção de milho no Brasil nas últimas duas décadas trouxe significativa concorrência às exportações norte-americanas de milho.

Com as exportações brasileiras agora competindo com maior uso doméstico, o milho norte-americano enfrentará menos concorrência no mercado global, permitindo que recupere participação de mercado em 2025. Esse movimento já começou em 2024, com preços elevados do milho brasileiro, demanda externa contida e ritmo lento de exportações. A expectativa é que essa tendência continue e se intensifique em 2025. O principal risco para esta projeção seria uma nova expansão da área plantada de milho no Brasil. Se os sinais de preço apropriados se materializarem, a área de produção de milho do Brasil poderia retomar sua expansão, permitindo crescimento tanto no consumo doméstico quanto nas exportações. A recente desvalorização do Real dá suporte a este cenário alternativo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.