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16/Dec/2024

Preços do milho estão firmes no mercado doméstico

Os preços do milho seguem firmes na maior parte das regiões, sustentados sobretudo pela retração de vendedores. Os que estão ativos pedem valores maiores, atentos à restrição de oferta neste período do ano, quando parte dos armazéns, cerealistas e transportadoras entram em recesso. Do lado dos consumidores, uma parcela relata dificuldades em recompor estoques e, com isso, precisa pagar os valores maiores para conseguir aquisição do cereal. Uma outra parte dos demandantes está afastada do spot, sinalizando já ter volumes suficientes. Esse contexto, inclusive, impede valorizações mais expressivas. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra leve alta de 0,2% nos últimos sete dias, a R$ 73,25 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, observa-se alta de 0,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor), mas queda de 0,5% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Na B3, os preços também estão em alta, e mais intensidade. O impulso vem das valorizações do dólar e dos futuros do cereal negociados nos Estados Unidos.

O vencimento Janeiro/2025 tem avanço de 4,4% nos últimos sete dias, passando para R$ 75,53 por saca de 60 Kg. O vencimento Março/2025 apresenta alta de 3,6% no mesmo período, a R$ 74,38 por saca de 60 Kg. Apesar de a temporada 2024/2025 ter se iniciado atrasada e com preocupações relacionadas à falta de chuvas, o retorno das precipitações trouxe otimismo quanto à produção brasileira. Relatório divulgado no dia 12 de dezembro pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que a produção agregada de milho para 2024/2025 deve somar 119,63 milhões de toneladas, o que representaria um incremento de 3,4% em relação ao volume de 2023/2024. Especificamente para a safra de verão (1ª safra 2024/2025), a produção pode chegar a 22,61 milhões de toneladas, 1,5% inferior à de 2023/2024. Para a 2ª safra de 2025, a estimativa de produção é de 94,63 milhões de toneladas, aumento de 4,8%. A 2ª safra de 2025 pode somar 2,38 milhões de toneladas, queda de 3,8%.

A Conab segue estimando os embarques brasileiros em 34 milhões de toneladas, e o consumo interno na safra 2024/2025 deve ser de 87,03 milhões de toneladas. Com isso, em janeiro/2026, os estoques de passagem estariam em 4,9 milhões de toneladas. Em termos mundiais, dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) sinalizaram oferta de 1,21 bilhão de toneladas em 2024/2025, contra 1,22 bilhão de toneladas da temporada anterior, com menores produções principalmente na União Europeia, Ucrânia, Rússia, mas que foram compensadas pelos aumentos da China, Brasil, Argentina e África do Sul. Para o consumo mundial, a estimativa é de 1,24 bilhão de toneladas, acima das 1,21 bilhão de toneladas em 2023/2024, puxado sobretudo pela maior demanda da China. Os estoques finais, em termos mundiais, no entanto, devem continuar pressionados, passando para 296,44 milhões de toneladas, 6% inferiores aos da temporada anterior.

No corredor de exportação, a movimentação se mantém fraca. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos primeiros cinco dias úteis de dezembro, o Brasil exportou apenas 1,17 milhão de toneladas de milho, com média diária de 234,1 mil toneladas, 23% abaixo da observada em dezembro/2023. No spot, as valorizações do dólar e dos contratos externos elevam os valores nos portos. Com isso, nos últimos sete dias, as cotações no Porto de Paranaguá (PR) registram avanço 1,8% e, no Porto de Santos (SP), de 1,2%. No campo brasileiro, as áreas de milho continuam apresentando bom desenvolvimento, beneficiadas pelas recentes precipitações. Até o dia 8 de dezembro, a média nacional semeada somava 72,2%, segundo a Conab, avanço semanal de 7,1%. No Paraná, chuvas em maiores volumes voltaram a ser observadas, mas ainda existe a preocupação de que a falta das precipitações no início da temporada prejudique as lavouras.

Por enquanto, o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do Paraná segue apontando produção de 2,6 milhões de toneladas de milho para a safra de verão (1ª safra 2024/2025) do Estado. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, as chuvas mais recentes aumentaram a umidade dos solos, mas, em algumas lavouras, a estiagem de períodos anteriores ainda pode refletir em perdas. A semeadura chegou a 92% da área estadual. Em Santa Catarina, a semeadura está praticamente finalizada, com 99% da área até o dia 8 de dezembro. O desenvolvimento é beneficiado pelo clima. Nos Estados Unidos, os preços estão em alta, impulsionados pelo corte nos estoques mundiais do cereal, divulgado pelo USDA. No entanto, as boas condições climáticas na América do Sul e a redução das exportações norte-americanas limitam os ganhos. Na Bolsa de Chicago, o contrato Dezembro/2024 registra avanço de 1,23% nos últimos sete dias, a US$ 4,31 por bushel. Os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 apesentam alta de 1,95% e 2,4%, a US$ 4,43 por bushel e a US$ 4,51 por bushel. A Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a semeadura do milho na Argentina atingiu 55,6% da área nacional destinada ao cereal, avanço de 7,8% entre os dias 5 e 12 de dezembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.