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09/Dec/2024

Preços do milho avançam no mercado doméstico

Os compradores domésticos seguem afastados do mercado spot de milho, e as exportações brasileiras do cereal, assim como verificado ao longo de toda a atual temporada, estão em ritmo muito lento. Os vendedores também estão retraídos do spot nacional, e os preços do milho reagiram. Enquanto os compradores estão de olho no clima favorável, que pode resultar em maior volume do cereal nos próximos meses, e na lentidão das exportações, que pode aumentar os estoques de passagem, os vendedores estão atentos ao desenvolvimento das lavouras da safra de verão (1ª safra 2024/2025). Assim, no geral, a liquidez é baixa. Ressalta-se que é comum que as negociações no físico nacional se reduzam nesta época do ano. Além de agentes trabalharem com o produto em estoque e/ou comprometido em períodos anteriores, muitos evitam comercializar o cereal por questões fiscais.

O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra alta de 0,9% nos últimos sete dias, cotado a R$ 73,09 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, há queda de 0,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e pequena alta de 0,2% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Assim como no mercado interno, na B3, os contratos avançam, impulsionados pela valorização do dólar e dos futuros externos do cereal. Nos últimos sete dias, o vencimento Janeiro/2025 tem alta de 2,4%, passando para R$ 72,32 por saca de 60 Kg. O vencimento Maio/2025 registra avanço de 1% no período, a R$ 71,79 por saca de 60 Kg. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), foram embarcadas 4,72 milhões de toneladas de milho em novembro, volume 26% abaixo do observado em outubro/2024 e ainda 36% menor que o de novembro/2023. No acumulado deste ano (de fevereiro/2024 a novembro/2024), as exportações somam 30,6 milhões de toneladas, 30% inferiores às do mesmo período de 2023.

As valorizações do dólar e externa elevam os preços do milho nos portos. Nos últimos sete dias, as cotações no Porto de Paranaguá têm avanço de 0,6%, e, no Porto de Santos (SP), de 0,4%. Para a nova safra, a semeadura já está praticamente finalizada na Região Sul do País, maior produtor da safra de verão (1ª safra) de milho. No entanto, a média nacional semeada até o dia 1º de dezembro é de 65,1%, aumento de 6,4% em relação ao dia 24 de novembro e ainda acima dos 60% registrados no mesmo período de 2023, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Paraná, das lavouras implantadas, 95% estão em condições boas e 5%, em médias. Destas, 37% estão em desenvolvimento vegetativo; 35%, em floração; e 28%, em frutificação, de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 2 de dezembro.

No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, 90% das lavouras já haviam sido cultivadas até o dia 5 de dezembro, se mantendo na média dos últimos cinco anos e sendo beneficiadas pelo retorno das chuvas, que proporcionaram melhora na umidade do solo. Em Santa Catarina, com os trabalhos na reta final (a semeadura soma 98% da área esperada), as chuvas também têm beneficiado o desenvolvimento das lavouras, segundo informa a Conab. Nos Estados Unidos, os futuros foram pressionados na maior parte da semana passada pelas condições climáticas favoráveis na América do Sul, que estão auxiliando a semeadura na Argentina e sustentando as expectativas de uma segunda safra semeada no período ideal no Brasil, por conta do rápido progresso no cultivo de soja.

No dia 5 de dezembro, especificamente, os contratos voltaram a subir, impulsionados pela maior demanda pelo cereal dos Estados Unidos, com novas vendas em maiores quantidades divulgadas para o México e Japão. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2024 tem avanço 0,83%, a US$ 4,26 por bushel. Os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 apresentam alta de 0,5% e 0,2%, a US$ 4,35 por bushel e a US$ 4,40 por bushel. Quanto aos trabalhos de campo, na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires apontou que a semeadura atingiu 47,8% da área destinada ao cereal, avanço de 6,5% entre os dias 29 de novembro e 5 de dezembro. Das lavouras, 98,4% estão em condições normais e excelentes. Além disso, diante da baixa incidência de pragas e das boas condições econômicas, a área da 2ª safra deve crescer na Argentina. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.