04/Dec/2024
O mercado de milho no Brasil começou dezembro com sinais de fortalecimento nos preços, impulsionado pela alta do dólar e pelo aumento da procura por exportadores. Os compradores internacionais estão ativos, buscando milho para completar embarques entre janeiro e março, o que sustenta a firmeza nos valores internos. A demanda exportadora está impulsionando os preços.
Em São Paulo, na região de Campinas, a comercialização está travada, com divergências quanto aos preços entre compradores e vendedores. As indicações de compra giram entre R$ 68,00 e R$ 69,00 por saca de 60 Kg CIF, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. Os produtores, por outro lado, indicam acima de R$ 70,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada na fazenda, o que limita os negócios no spot. Para 2ª safra de 2025, as indicações para entrega em julho e pagamento posterior são de R$ 70,50 por saca de 60 Kg CIF, mas os vendedores seguem retraídos, sem ofertas significativas. O mercado futuro reflete a cautela, com vendedores evitando compromissos enquanto os preços não mostram uma tendência mais clara.
Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os compradores indicam entre R$ 62,00 e R$ 63,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias, enquanto os produtores indicam R$ 65,00 por saca de 60 Kg, o que tem travado as operações. Para 2ª safra de 2025, as indicações de compra giram em torno de R$ 53,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. No entanto, os vendedores permanecem afastados, aguardando preços mais remuneradores.
Nos portos brasileiros, os prêmios para o milho têm se mantido elevados, refletindo o aumento da demanda externa. Os valores variam entre R$ 75,00 e R$ 77,00 por saca de 60 Kg nos portos de Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC) e Santos (SP), com relatos de indicações pontuais de até R$ 80,00 por saca de 60 Kg para completar navios. O exportador não quer perder o milho disponível e está disposto a pagar mais para garantir os embarques no curto prazo.
Além da demanda externa, setores internos, como ração e etanol, podem retomar compras antes do fim do ano para evitar perder o produto disponível para exportação. A maioria das empresas estava fora do mercado, mas há sinais de que podem voltar a estudar posições. O cenário atual é positivo para o produtor brasileiro, que ainda tem estoques disponíveis. O mercado de milho está bem-posicionado. Com a demanda firme, os preços podem ganhar mais suporte nas próximas semanas.