02/Dec/2024
O clima mais favorável resultou em um avanço nas semeaduras de milho e de soja da safra de verão (1ª safra 2024/2025) e minimizou, ou até mesmo descartou, os temores de agentes de que o cultivo da 2ª safra de 2025 poderia ser realizado em 2025 em período fora da janela ideal. Além disso, as chuvas vêm beneficiando o desenvolvimento da safra de verão (1ª safra 2024/2025) que já está cultivada. Atentos a esse cenário, os consumidores que já haviam se abastecido nas semanas anteriores reduzem as aquisições, e o movimento de alta nos preços está perdendo força em muitas regiões, com desvalorizações já sendo observadas em outras. As quedas nas cotações futuras e externas reforçam a pressão sobre os valores domésticos. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 72,46 por saca de 60 Kg, baixa de 1,4% nos últimos sete dias.
Nos últimos sete dias, a alta é de 1,1% no preço do milho no mercado de balcão (valor pago ao produtor), mas recuo de 0,3% no mercado de lotes (negociações entre as empresas). Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), nos 14 primeiros dias úteis deste mês, as exportações brasileiras de milho somam 3,46 milhões de toneladas, o que representa 47% de todo o volume embarcado em novembro/2023, com ritmo diário de embarques 33% inferior ao do ano anterior. Para a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), as exportações do cereal podem somar 5,1 milhões de toneladas em novembro, abaixo das 7,4 milhões escoadas em novembro do ano passado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que, até o dia 24 de novembro, a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) somava 58,7% da área esperada, avanço semanal de 6,3%. No Paraná, a semeadura foi finalizada, e os agentes se atentam ao desenvolvimento das lavouras, que estão em condições boas na maior parte das regiões.
Dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que, até o dia 25 de novembro, 4% das lavouras estavam em condições médias; e 96%, em boas. Do total das lavouras, 53% estão em desenvolvimento vegetativo; 33%, em floração; e 13%, em frutificação. Quanto à produção, são esperadas 2,59 milhões de toneladas, aumento de 3% em relação à temporada anterior; desse total, 6% já haviam sido comercializados até o dia 25 de novembro. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a área semeada havia atingido 88% até o dia 28 de novembro, com as lavouras sendo beneficiadas pelo retorno das chuvas, que, apesar de irregulares nos últimos dias, amenizaram o déficit hídrico. Do cereal que está na lavoura, 42% estão em germinação ou em desenvolvimento vegetativo; 27%, em floração; e 31%, em enchimento de grãos. Em Santa Catarina, as boas condições climáticas também têm favorecido os trabalhos de campo, que chegaram a 98% da área estadual até o dia 24, segundo a Conab.
Na Região Sudeste, a semeadura chega a 65,8% da área de Minas Gerais e a 90% de São Paulo. Nos Estados Unidos, os contratos futuros são pressionados pela possibilidade de que o novo presidente imponha uma taxação de 25% para o maior importador de milho do país, o México. Além disso, o clima favorável às lavouras na Argentina e no Brasil reforça o movimento de queda. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2024 registra recuo de 2,6% nos últimos sete dias, a US$ 4,15 por bushel. Os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 apresentam baixa de 1,9% e 1,8% no mesmo comparativo, a US$ 4,28 por bushel e a US$ 4,35 por bushel, respectivamente. Quanto aos trabalhos de campo, na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires relatou que a semeadura totalizou 41,3% da área destinada ao cereal, leve avanço de 1,9% em relação à semana anterior; 96,6% das lavouras estão em condições normais e excelentes, contra 93% na safra anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.