02/Dec/2024
A Milhão Ingredients (GO), que origina e industrializa milho não transgênico para fabricar mais de 40 produtos, oficializou seu ingresso no consórcio Reg.Ia, lançado em agosto, para promover agricultura regenerativa. O produtor que fornecer milho convencional à Milhão, além de receber R$ 4,00 por saca de 60 Kg acima do preço praticado em sua região, no mínimo, como já ocorre hoje, também receberá mais 2% de prêmio. O consórcio foi criado pela Produzindo Certo e reúne Bayer, BRF, Agrivalle, e o Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (Gapes), além de pesquisadores de universidades. A Milhão é a primeira empresa do consórcio que promover a produção de milho de forma regenerativa; as demais, incluindo a BRF, trabalham com produtores de soja.
A empresa trabalha com sustentabilidade desde que foi criada, há 22 anos, e entende que fomentar a agricultura regenerativa é bom para o País e o negócio. A empresa pagará um prêmio além do que já paga para o milho não transgênico. Com faturamento de R$ 700 milhões em 2023 e projeção de R$ 800 milhões neste ano, a empresa tornou-se sócia da Amaggi em fevereiro de 2024, quando a companhia comprou 50% da Milhão. Com a entrada de recursos da Amaggi, a Milhão adquiriu uma unidade industrial da Louis Dreyfus Company (LDC) em Rio Verde (GO), também em fevereiro, para duplicar sua capacidade de produção, agora de 60 mil toneladas mês. Em março, inaugurou a única planta de produção de óleo de milho não transgênico da América Latina, em Goianira (GO), depois de um investimento de R$ 60 milhões.
Havia dúvida sobre processar milho OGM (geneticamente modificados) na fábrica de óleo, mas foi decidido por continuar no negócio que já era conhecido. A Milhão fornece mais de 40 tipos de produtos para indústrias como Nestlé, Kellog´s e Heineken, e para indústria de pets, farmacêutica, mineração e de fertilizantes. Além de atender o Brasil, exporta para 67 países, que juntos respondem por 15% do faturamento da empresa. Há poucos anos, a companhia começou a exportar milho em grão para a Europa por navio graneleiro e, em 2024, deve enviar 80 mil toneladas ao continente. Antes, essas operações eram menores e em paralelo ao embarque de produtos industrializados, via contêiner. Tudo isso exige mais investimento porque é preciso promover parcerias com o porto para oferecer produtos não contaminados.
A companhia tem 200 produtores cadastrados que plantam em Goiás 40 mil hectares de milho. A Milhão também compra no mercado spot para atender a demanda interna e externa. As iniciativas de fomento à agricultura não transgênica visam chegar a 65 mil hectares de cultivo em 2025 e 100 mil hectares em poucos anos. Além de pagar um prêmio pelo cereal convencional para os produtores, a empresa oferece armazéns e silos bolsa sem nenhum custo. Só pede a garantia de venda, quando o produtor achar adequado. O cereal produzido em Goiás é o melhor do mundo. O Estado tem condições climáticas perfeitas, que impedem a proliferação de micotoxinas e o mercado paga pelo produto. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.