25/Nov/2024
O movimento de alta consecutivo nos preços do milho, que vinha sendo verificado desde agosto, foi interrompido em parte das regiões brasileiras. A pressão veio da redução do interesse de compradores. Vale lembrar que, até a semana passada, esses agentes estavam ativos nas aquisições, visando recompor estoques. Do lado vendedor, muitos produtores, sobretudo os do estado de São Paulo, estão afastados das negociações, atentos ao desenvolvimento da safra de verão (1ª safra 2024/2025), que vem sendo favorecido pelo clima na maior parte das regiões. E é justamente esse cenário de melhora no clima que traz certo alívio aos consumidores internos, que, agora, têm expectativas de boa produção na safra de verão (1ª safra 2024/2025) e de que a semeadura da 2ª safra de 2025 ocorra dentro da janela considerada ideal. Além disso, as exportações brasileiras também não apresentam grandes avanços na atual temporada, mantendo os estoques finais próximos aos do ano anterior, em aproximadamente 5 milhões de toneladas.
O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 73,46 por saca de 60 Kg, queda de 1,6% nos últimos sete dias. Nos últimos sete dias, o preço do milho no mercado de balcão (valor pago ao produtor) ainda registra avanço, de 1%, ao passo que, no mercado lotes (negociações entre as empresas), os valores se mantêm estáveis no mesmo comparativo. Na B3, as boas expectativas para a safra de verão (1ª safra 2024/2025) e a redução na demanda também pressionam as cotações. O vencimento Janeiro/2025 registra recuo de 3% nos últimos sete dias, a R$ 72,38 por saca de 60 Kg; o Março/2025 tem baixa de 2%, cotado a R$ 73,35 por saca e 60 Kg. Nos 10 primeiros dias úteis deste mês, as exportações brasileiras de milho somaram 2,75 milhões de toneladas, o que representa 37% de todo o volume embarcado em novembro/2023, com ritmo diário de embarques também 25% inferior ao do ano anterior, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
As importações, no mesmo período, estão com ritmo diário 64% superiores, somando 175,9 mil toneladas. A Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec) divulgou estimativa apontando que as exportações do cereal podem totalizar 5,57 milhões de toneladas em novembro, abaixo das 7,4 milhões embarcadas em novembro de 2023. Quanto aos preços no spot, estão em baixa diante da demanda reduzida. Esse cenário é verificado mesmo com as altas do dólar e dos valores externos. Nos últimos sete dias, as cotações registram recuo de 0,04% no Porto de Paranaguá (PR) e de 1% no Porto de Santos (SP). A semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) avança e se aproxima da reta final na Região Sul do País. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que a média nacional da área semeada somava 52,4% até o dia 17 de novembro, avanços semanal de 3,7% e anual de 3,4%.
Especificamente no Paraná, a semeadura progrediu 1%, chegando a 99% da área estadual, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 18 de novembro. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Emater-RS, as chuvas voltaram a ficar irregulares, o que preocupa os produtores que têm lavouras em período de floração (que, até o dia 21 de novembro, eram 26% das lavouras), enquanto a semeadura chegou a 84% da área estadual até o dia 21 de novembro, avanço de apenas 3% em relação ao dia 14 de novembro. Em Santa Catarina, com a semeadura chegando a 96% da área até o dia 17 de novembro, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, apesar da incidência de algumas pragas, de acordo com os dados da Conab. Em São Paulo e em Minas Gerais, as respectivas áreas semeadas somam 75% e 51,4%. Nos Estados Unidos, os futuros estão em alta, impulsionados pela valorização do trigo, que, por sua vez, é influenciado pela intensificação dos conflitos entre Ucrânia e Rússia.
Além disso, as elevadas vendas externas do cereal também reforçam a alta. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as vendas externas de milho na temporada 2024/2025 somaram 1,49 milhão de toneladas na semana encerrada em 14 de novembro, volume 14% superior ao da semana anterior, mas baixa de 40% da média das últimas quatro semanas, com destaques para o México, que comprou metade deste volume, devido a uma seca prolongada no país. Nos últimos sete dias, o contrato Dezembro/2024 apresenta alta de 1,85%, a US$ 4,26 por bushel. Os vencimentos Março/2025 e Maio/2025 têm avanço de 1,3% e 1,1%, a US$ 4,36 por bushel e a US$ 4,43 por bushel, respectivamente. Quanto aos trabalhos de campo, nos Estados Unidos, a colheita foi finalizada nos últimos dias. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires relatou que a semeadura totalizou 39,4% da área destinada ao cereal, leve avanço de 0,8% em relação à semana anterior. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.