12/Nov/2024

A alta nos preços do milho no Brasil é impulsionada pela oferta restrita e pela postura cautelosa dos produtores em negociar. O mercado doméstico está bastante aquecido, especialmente no setor de rações, devido à alta do boi gordo, que sustenta a demanda em confinamentos. A expansão da indústria de etanol também tem contribuído para a pressão sobre as cotações, intensificando a procura pelo cereal.

Esse cenário de restrição na oferta é comum para esta época do ano, quando os produtores têm menos necessidade de venda imediata, já que muitas dívidas já foram quitadas. Além disso, questões tributárias também influenciam essa decisão. Vendas neste período impactam o imposto de renda, e, por isso, muitos optam por sair do mercado. Essa postura contribui para a oferta limitada no mercado. Para o próximo ano, a demanda aquecida deve se manter, embora os preços não necessariamente se mantenham nos mesmos patamares atuais.

No Paraná, na região dos Campos Gerais, os preços do milho permanecem estáveis, mas o mercado está parado. A falta de grãos disponíveis e o baixo interesse de indústrias e exportadores são os principais fatores. Os vendedores indicam R$ 75,00 por saca de 60 Kg CIF indústria, para entrega imediata e pagamento em 30 dias. Os negócios são pontuais, sem grandes volumes negociados nos últimos dias. Para o milho safra de verão (1ª safra 2024/2025), os compradores indicam R$ 67,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada em janeiro e pagamento em fevereiro, mas os produtores indicam R$ 72,00 por saca de 60 Kg.

Em Mato Grosso do Sul, na região de Dourados, os preços do milho se mantêm em R$ 64,00 por saca de 60 Kg FOB. Os produtores indicam R$ 68,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada imediata e pagamento em 30 dias. A divergência de preços impede o fechamento de negócios. Os compradores desaceleraram, e o mercado travou. Para 2ª safra de 2025, as indicações são de R$ 53,00 por saca de 60 Kg FOB, para retirada e pagamento em agosto, mas os produtores não demonstram interesse, já que o valor não cobre os custos de produção.