11/Nov/2024
O movimento de alta nos preços domésticos do milho segue firme neste início de novembro. A demanda interna está aquecida, e a expectativa é de que esse cenário persista nos próximos dias, devido à necessidade de consumidores de recompor estoques. Os vendedores negociam com cautela, dando prioridade aos trabalhos de campo envolvendo a safra de verão (1ª safra 2024/2025). No mercado internacional, os preços também estão avançando. Nos Estados Unidos, o impulso vem da forte demanda para exportação. De 16 de outubro a 5 de novembro, o acumulado de vendas do país ficou acima das 5,5 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Nem mesmo o bom avanço da colheita tem sido suficiente para conter as altas dos vencimentos futuros. Nos últimos sete dias, o preço do milho no mercado de balcão (valor pago ao produtor) registra alta de 1,1%. No mercado de lotes (negociações entre as empresas), o avanço é de 2,8% no mesmo comparativo.
No estado de São Paulo, os compradores têm esbarrado nos altos valores pedidos por vendedores e nos baixos volumes disponibilizados. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) está cotado a R$ 74,41 por saca de 60 Kg, alta de 2% nos últimos sete dias e nos maiores patamares nominais desde abril de 2023. Na B3, o vencimento Novembro/2024, impulsionado por preocupações relacionadas à oferta, se valorizou 0,86% nos últimos sete dias, a R$ 73,57 por saca de 60 Kg. O contrato Janeiro/2025 tem baixa de 0,37% no período, a R$ 76,29 por saca de 60 Kg. Na Bolsa de Chicago, os contratos Dezembro/2024 e Março/2025 registram avanço de 4% e 3,4% nos últimos sete dias, a US$ 4,27 por bushel e a US$ 4,40 por bushel. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou 6,4 milhões de toneladas de milho em outubro, volume 24% inferior ao de outubro/2023, mas semelhante às 6,42 milhões de toneladas de setembro deste ano. No acumulado do ano-safra (de fevereiro/2024 a outubro/2024), saíram dos portos brasileiros 25,9 milhões de toneladas de milho, abaixo das 36,3 milhões de toneladas do mesmo período de 2023.
Apesar dos embarques em queda, os preços nos portos estão em alta e, ainda que de forma pontual, novos compradores estão adquirindo milho no mercado spot, visando embarques neste final de ano. Nesse cenário, as cotações no Porto de Paranaguá (PR) têm alta de 2,9%; e no Porto de Santos (SP), o avanço é de 1,8%. As condições climáticas seguem favorecendo a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025), permitindo o avanço dos trabalhos de campo e amenizando as preocupações de que a implementação da 2ª safra de 2025 fique muito fora da janela considerada ideal. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 3 de novembro, 42,1% da safra de verão (1ª safra 2024/2025) havia sido semeada no Brasil, avanço semanal de 5,3% e 1,9% acima do registrado no mesmo período de 2023. Especificamente no Paraná, a semeadura soma 98% da área estimada, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 4 de novembro, contra 97% na comparação com a semana anterior. Do cereal que está semeado, 96% estão em condições boas e apenas 4%, em médias.
Segundo a Emater-RS, o Rio Grande do Sul se aproxima da reta final dos trabalhos. A semeadura do cereal no Estado atingiu, no dia 7 de novembro, 78% da área, avanço semanal de 45. Em São Paulo, os trabalhos de campo registram avanço de fortes 25% nos últimos sete dias, chegando a 40% da área. Em Santa Catarina, esse ritmo foi menor, devido à colheita de trigo, com progresso de apenas 4%, chegando a 90%, segundo os dados da Conab do dia 3 de novembro. Nos Estados Unidos, relatório semanal Crop Progress do USDA divulgado no dia 4 de novembro indicou que 91% da área foi colhida nos Estados Unidos, acima dos 81% da semana anterior e ainda superior aos 75% da média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos, o clima segue beneficiando as lavouras semeadas e auxiliando no avanço dos trabalhos de campo, com a semeadura chegando a 37,2% da área nacional até o dia 7 de novembro. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.