04/Nov/2024
Os preços domésticos do milho atravessaram o mês de outubro em alta, com o movimento de avanço sendo sustentado pela demanda interna aquecida e pela retração de vendedores. Demandantes indicam ter dificuldades em adquirir novos lotes, alegando baixa disponibilidade no spot nacional e altos valores pedidos por produtores. Do lado da oferta, a expectativa de que os preços sigam avançando mantém produtores afastados dos negócios e atentos ao andamento da atual safra de verão (1ª safra 2024/2025). Ressalta-se que a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) foi favorecida pelo retorno das chuvas nas principais regiões, o que ameniza em partes as recentes preocupações relacionadas a possíveis atrasos na 2ª safra de 2025. Neste contexto, o Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) se aproxima dos R$ 73,00 por saca de 60 Kg.
O Indicador está cotado a R$ 72,94 por saca de 60 Kg, aumentos de 2,2% nos últimos sete dias e de 13% no acumulado de outubro. Trata-se, ainda, do maior desde 18 de abril de 2023. Nos últimos sete dias, as elevações são de 1,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,4% no mercado de lotes (negociação entre empresas). No mês de outubro, as cotações subiram expressivos 10,2% e 10,3%, respectivamente. Na B3, impulsionados pelas altas do dólar, por preocupações com os estoques internos e a pela procura acirrada pelo cereal, os futuros estão em alta. O contrato Novembro/2024 registra valorização de 1% nos últimos sete dias, a R$ 72,94 por saca de 60 Kg; Janeiro/2025 tem alta de 2,27%, a R$ 76,57 por saca de 60 Kg. As negociações no spot e no mercado futuro seguem enfraquecidas, e os embarques estão baixos na atual temporada.
Na parcial de outubro (considerando 19 dias úteis), os envios externos totalizaram 5,33 milhões de toneladas, volume que representa 63% de todo o exportado em outubro/2023, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Quanto aos valores nos portos, no final de outubro, voltaram a ficar inferiores aos registrados no interior. As médias praticadas nos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR) são de respectivos R$ 0,68 por saca de 60 Kg e de R$ 0,81 por saca de 60 Kg abaixo do Indicador. Esse cenário faz com que produtores tenham preferência em negociar no mercado interno. Especificamente nos últimos sete dias, as cotações no Porto de Paranaguá (PR) apresentam queda de 2,7%, mas com alta de 1,5% no Porto de em Santos (SP). As recentes chuvas fizeram com que os produtores avançassem com a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) na maioria das regiões.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 27 de outubro, 36,8% da área nacional havia sido semeada, avanço de 4,5%. Especificamente no Paraná, a semeadura soma 97% da área estimada, conforme dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) do dia 28 de outubro, contra 95% na comparação com a semana anterior. Do cereal que está semeado, 96% estão em condições boas e apenas 4%, em médias. No Rio Grande do Sul, segundo a Emater-RS, a maior parte das lavouras está em desenvolvimento vegetativo (90%), e, até dia 31 de outubro, a semeadura atingia 74% da área prevista. Em São Paulo, os trabalhos de campo registraram 5% de avanço entre os dias 20 e 27 de outubro, chegando a 15% da área, com as prioridades na soja. Em Santa Catarina, o progresso foi de 9%, chegando a 86%, segundo dados da Conab.
Pressionados pela ampla oferta nos Estados Unidos (com expectativa é de produção recorde na atual temporada), pelas quedas nos valores do trigo e pela melhora do clima na América do Sul, os vencimentos futuros de milho estão em baixa na Bolsa de Chicago. Os contratos Dezembro/2024 e Março/2025 registram desvalorização de 2,5% e 2% nos últimos sete dias, a US$ 4,10 por bushel e a US$ 4,26 por bushel. De acordo com o relatório semanal Crop Progress do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 27 de outubro, 81% da área havia sido colhida nos Estados Unidos, contra 65% na semana anterior e 64% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a melhora na umidade dos solos permitiu que a semeadura avançasse 5,6% entre os dias 24 e 31 de outubro, chegando a 34,5% da área nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.