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04/Nov/2024

Preços do milho podem recuar no mercado interno

Segundo o Itaú BBA, os preços domésticos do milho, que registraram forte valorização nos últimos meses, podem enfrentar pressão de baixa com a necessidade de liberação dos silos para a chegada da safra de soja. A comercialização do cereal está significativamente atrasada. Para a safra 2023/2024, apenas 60% do volume havia sido negociado até início de outubro, em comparação com média histórica de 67%. Para 2024/2025, a venda antecipada em Mato Grosso está em 15,5%, bem abaixo da média de 31,2% para o período, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea). Dado o contexto de elevação dos preços, é oportuno o momento para a proteção das margens, com expectativa de que essa alta possa não se sustentar por muito mais tempo. A alta das cotações é sustentada por vários fatores.

No mercado internacional, o milho norte-americano ganhou competitividade e concentra a demanda dos importadores. As exportações comprometidas dos Estados Unidos para 2024/2025 já somam 23,5 milhões de toneladas, volume expressivamente superior às 17,5 milhões do ano anterior, com forte demanda do México. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta redução de 5% na área do milho safra de verão (1ª safra 2024/2025), gerando preocupações sobre possível aperto no abastecimento interno durante o primeiro trimestre de 2025. A demanda doméstica permanece aquecida, tanto para ração animal quanto para produção de etanol. O preço do boi gordo, acima de R$ 300,00 por arroba, e que ganhou forte impulso nas últimas semanas, acaba servindo de suporte para o milho, bastante utilizado na alimentação animal.

A valorização do dólar também contribuiu para a alta das cotações em reais. Além disso, uma retração da ponta vendedora, apostando em preços ainda maiores, sustenta as cotações no curto prazo. Fatores climáticos, contudo, podem amenizar as preocupações do mercado. Observa-se um bom padrão de chuvas nos últimos dias e os mapas de previsão apontam precipitações em bons volumes nas próximas semanas, sinalizando condições favoráveis para o avanço do plantio. Em Mato Grosso, maior produtor nacional, o plantio de soja registrou forte avanço, atingindo 56% da área até 27 de outubro, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), praticamente igualando a média histórica. Este progresso reduz preocupações sobre a janela ideal de plantio do milho 2ª safra de 2025.

O aumento dos preços do cereal combinado com estabilidade nos fertilizantes melhorou a relação de troca a favor do grão, podendo estimular a área de plantio do milho 2ª safra de 2025. Os produtores devem considerar estratégias de proteção via opções de venda para enfrentar o cenário de incertezas, com a atual baixa volatilidade tornando o custo da proteção mais acessível. Uma proteção contra quedas no valor de R$ 72,00 por saca de 60 Kg para março de 2025 custa atualmente R$ 1,80 por saca de 60 Kg, considerando os preços da B3. Além disso, a retenção do milho para venda na entressafra é indicada como uma estratégia viável, especialmente em praças como Sorriso (MT), onde o diferencial de preços (basis) tende a se valorizar de setembro a março, historicamente o melhor período para negociação do cereal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.