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28/Oct/2024

Preços do milho estão em alta no mercado interno

As cotações do milho estão em alta em todas as regiões, impulsionadas sobretudo pela cautela de vendedores. Esses produtores aproveitam o retorno das chuvas para acelerar a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025), e, com isso, negociam o cereal no spot nacional apenas quando há necessidade. Por outro lado, os consumidores estão ativos no mercado, tentando recompor os estoques, mas enfrentam baixa oferta e consideram os atuais valores elevados. Nos últimos sete dias, os preços registram alta de 2,9% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,7% no mercado de lotes (negociação entre empresas). O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) apresenta forte avanço de 4,3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 71,36 por saca de 60 Kg, o maior valor desde 19 de abril de 2023 (quando esteve a R$ 72,76 por saca de 60 Kg).

Na parcial de outubro, o Indicador acumula aumento considerável de 11%, e a média mensal já supera em 8% a de setembro/2024 e é a mais alta do ano, em termos nominais. As médias mensais de algumas regiões também são as maiores do ano, como as registradas em Campos Novos (SC), Dourados (MS), Norte do Paraná, Santa Rosa (RS) e Sorriso (MT). Na B3, também são observadas altas, influenciadas pela demanda interna aquecida e por preocupações com a semeadura da 2ª safra de 2025. A possibilidade de atraso na atual safra de verão (1ª safra 2024/2025) pode reduzir a janela ideal de semeadura da 2ª safra de 2025. O contrato Novembro/2024 tem valorização de 4,7% nos últimos sete dias, a R$ 72,20 por saca de 60 Kg; Janeiro/2025, registra alta de 4,3% no mesmo período, a R$ 74,87 por saca 60 Kg. As recentes valorizações externas e do dólar e a elevação dos prêmios impulsionam os preços do milho nos portos, mas as negociações seguem enfraquecidas.

Nos últimos sete dias, as cotações no Porto de Paranaguá (PR) apresentam avanço de 8,8%; e, no Porto de Santos (SP), 1,8%. Quanto aos prêmios, seguem firmes no Porto de Santos, a US$ 1,35 por bushel para embarque em novembro/2024, contra US$ 1,25 por bushel para compra. No mês passado, os valores para venda chegaram a US$ 1,20 por bushel, enquanto os da compra eram próximos a US$ 1,00 por bushel. Nesta parcial de outubro, as exportações de milho somam 3,91 milhões de toneladas, representando 46% de todo o volume escoado em outubro/2023, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). De fevereiro/2024 a parcial de outubro/2024, os embarques totalizam 23,42 milhões de toneladas, abaixo das 36,3 milhões de toneladas do mesmo período de 2023 e ainda inferior às 36 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para essa temporada (que vai até janeiro/2025).

A semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) vem avançando na maior parte das regiões, favorecida pelo retorno das chuvas. Levantamento da Conab mostra que, até o dia 20 de outubro, pouco mais de 32% da área destinada ao cereal para a temporada 2024/2025 havia sido semeada. No Rio Grande do Sul, os bons volumes de chuvas e as temperaturas têm favorecido o desenvolvimento das lavouras já semeadas. Segundo a Emater-RS, a semeadura atingiu 68% da área estadual no dia 24 de outubro, avanço semanal de 3%. No Paraná, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab), até o dia 21 de outubro, a maior parte das regiões já finalizou a semeadura e na média estadual chegou a 95% da área. Em Santa Catarina, até o dia 20 de outubro, a semeadura chegou a 77% da área estadual, segundo a Conab.

Os futuros de milho estão em alta nos Estados Unidos. Apesar do bom andamento da colheita no país e do retorno das chuvas na América do Sul, as exportações norte-americanas aquecidas dão impulso aos contratos. Com isso, na Bolsa de Chicago, os vencimentos Dezembro/2024 e Março/2025 apresentam alta de 3,6% e 3,3% nos últimos sete dias, a US$ 4,21 por bushel e a US$ 4,35 por bushel. No relatório semanal Crop Progress do USDA, até o dia 20 de outubro, 65% da área foi colhida nos Estados Unidos, contra 47% na semana anterior e 52% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a semeadura chegou a 28,9% da área nacional até o dia 24 de outubro, avanço de semanal de 4,6%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.