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24/Oct/2024

Etanol de Milho: projeto de 17 novas plantas no País

Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), pelo menos R$ 15 bilhões serão aplicados nos próximos cinco anos em 17 novas plantas de etanol de milho no País. Os investimentos serão feitos sobretudo nos Estados que compõem o Matopiba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) e Paraná. O setor está saindo da concentração na Região Centro-Oeste e migrando para outras regiões. Atualmente, há 22 plantas de etanol de milho em operação no País, entre pequenas, médias e grandes, produzindo 8 bilhões de litros desse biocombustível por ano, ou mais de 20% da produção total de etanol do País.

Sobre potenciais riscos em um setor em franca expansão, o mercado está sendo mapeado justamente para blindar e entender quais são os bons projetos, os vocacionados para regiões que têm oferta de grãos e demanda por subprodutos, como o DDG (grão seco de destilaria, resíduo do etanol de milho usado em alimentação animal). Avaliar esses riscos faz parte da agenda. Mesmo lidando com uma commodity sujeita a flutuações no mercado global a cada ano e a cada safra, no caso do milho, há estratégias para mitigar esses riscos, como compra antecipada e a possibilidade de armazenar o grão para produzir etanol durante o ano todo, o que não ocorre, por exemplo, com a cana-de-açúcar.

Apesar de todo negócio ter risco, o que se vê, hoje, é o etanol de milho saindo de uma situação de nicho há cerca de sete anos, quando começou a operação da primeira planta exclusiva desse biocombustível para a situação atual, na qual o etanol de milho representa 20% da produção total de etanol no Brasil. Além do recentemente aprovado marco legal Combustível do Futuro, que prevê aumentar a mistura de etanol à gasolina nos próximos anos, há várias oportunidades de mercado para esse insumo, como o combustível sustentável de aviação (SAF), a descarbonização dos portos, a conversão de motores de máquinas agrícolas, já em teste.

Existe um campo enorme para o crescimento do mercado de etanol e o Brasil é protagonista nessa agenda. Nos últimos dez anos, o crescimento da produção de etanol no Brasil ocorreu exclusivamente pelo etanol de milho, e não de cana-de-açúcar. O País tem excedentes desse grão e condições de aumentar rapidamente a produção para atender a novas demandas. Assim, mesmo que a expansão do setor demande muita análise, é um ambiente de crescimento. Com o Combustível do Futuro, haverá novos investimentos, embora a Unem esteja focada, neste momento, na viabilização das 17 plantas que ainda estão no papel.

O mercado financeiro começou a aprovar mais financiamentos ao setor, ao ver que agora existe um marco legal. Mesmo com tal expansão, o milho não vai inibir investimentos em etanol de cana-de-açúcar. Ao contrário, já há várias usinas que fizeram adaptações para produzir tanto etanol de cana-de-açúcar quanto etanol de milho. São, inclusive, atividades complementares. Na entressafra da cana-de-açúcar é possível produzir etanol de milho, sendo que o investimento na adaptação de uma usina de etanol de cana-de-açúcar para produzir também etanol de milho é muito mais barata do que construir uma planta de etanol de milho do zero. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.