14/Oct/2024
Os produtores seguem atentos ao clima quente e seco, especialmente na Região Centro-Oeste, e, com isso, se mantêm afastados dos negócios no mercado spot. Os compradores mostram mais interesse em adquirir novos lotes, visando recompor estoques. Diante disso, os valores do milho seguem em alta na maior parte das regiões e já operam nos patamares mais elevados do ano. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra avanço de 3% nos últimos sete dias, cotado a R$ 67,69 por saca de 60 Kg, chegando ao maior patamar desde 11 de janeiro de 2024, quando o Indicador fechou a R$ 68,00 por saca de 60 Kg. Nesta parcial de outubro, a média está em R$ 66,18 por saca de 60 Kg, a maior nominal de 2024. Nos últimos sete dias, as altas são de 2,5% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e de 2,8% no mercado de lotes (negociação entre empresas). Avanços consideráveis são observados em Sorriso (MT), na região sudoeste do Paraná e em Campo Grande (MS), com respectivas valorizações de 11%, 4,5% e 4,8%.
Na B3, o primeiro contrato registra recuo, influenciado pelos valores internacionais, mas os vencimentos para o início do próximo ano estão em alta, refletindo preocupações com o clima. Com isso, nos últimos sete dias, o contrato Novembro/2024 apresenta baixa de 0,95%, a R$ 68,82 por saca de 60 Kg; enquanto Janeiro/2025 e Março/2025 apresentam valorização de 0,6% e 0,7%, a R$ 72,38 por saca de 60 Kg e a R$ 73,48 por saca de 60 Kg, respectivamente. Apesar de ainda ser cedo, os produtores temem que um atraso na safra de soja possa atrapalhar a semeadura da 2ª safra de milho, pois esta é semeada após a oleaginosa da safra de verão, vale lembrar que o cultivo fora da janela considerada ideal poderia prejudicar a produtividade das lavouras e reduzir a produção da 2ª safra de 2025. Por enquanto, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a temporada 2024/2025 de verão em 94,02 milhões de toneladas, aumento de 4% em relação à anterior. Até o momento, a semeadura de soja chegou a 5,1% da área nacional, contra 10,1% em 2023, segundo informações do dia 7 de outubro.
Por ora, a safra de verão de milho (1ª safra 2024/2025) se concentra na Região Sul do País. Chuvas nesta região mantêm positivas as expectativas de produção para o início de 2025. Até o dia 6 de outubro, 25,9% da área nacional havia sido semeada, avanço semanal de 4,3%, mas atraso anual de 0,9%. No Rio Grande do Sul, segundo dados da Emater-RS, a manutenção da umidade dos solos e a alta disponibilidade de radiação solar têm favorecido as atividades de campo e o desenvolvimento das lavouras. Com isso, até o dia 10 de outubro, quase 65% da área havia sido semeada, acima dos 60% registrados no mesmo período de 2023. No Paraná, o retorno das chuvas também melhora a umidade dos solos nas regiões que ainda faltam ser semeadas. Até o dia 7 de outubro, a semeadura chegou a 85% da área, de acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral/Seab). Em Santa Catarina, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, e, até o dia 6 de outubro, a semeadura chegou a 55% da área estadual, segundo a Conab.
As negociações e os embarques nos portos brasileiros seguem lentos neste início de outubro. Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que as exportações de milho somaram 1,09 milhão de toneladas nos quatro primeiros dias úteis deste mês, o que representa 13% do volume escoado em outubro de 2023. Para a Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), as vendas externas podem totalizar 5,68 milhões de toneladas em outubro. Quanto aos preços nos portos, estão acima dos registrados no ano anterior, mas menos atrativos que os praticados no spot nacional. A média do Porto de Santos (SP) tem baixa de 1,2% nos últimos sete dias, enquanto no Porto de Paranaguá (PR), há alta de 1,1%.
As condições climáticas favoráveis e a expectativa de safra abundante nos Estados Unidos pressionam os futuros. As quedas só não são mais intensas devido ao fortalecimento dos valores do petróleo durante a semana passada. Com isso, na Bolsa de Chicago, os contratos Dezembro/2024 e Março/2025 registram recuo de 2,3% e 2,2% nos últimos sete dias, a US$ 4,18 por bushel e a US$ 4,36 por bushel. No relatório semanal Crop Progress do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), até o dia 6 de outubro, 30% da área foi colhida nos Estados Unidos, contra 21% na semana anterior e 27% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, ainda que as chuvas tenham retornado em algumas regiões, como Córdoba e Santa Fé, a falta de umidade continua limitando a semeadura, que chegou a 18,5% da área nacional até o dia 10 de outubro, avanço de semanal de apenas 4,8%. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.