07/Oct/2024
O movimento de alta nos preços do milho tem se intensificado neste começo de mês na maior parte das regiões. O Indicador ESALQ/BM&F (Campinas - SP) registra avanço de 3,4% nos últimos sete dias, cotado a R$ 65,71 por saca de 60 Kg, voltando a operar nos patamares nominais verificados em janeiro/2024. Vale lembrar que, em janeiro, os preços do milho estavam elevados, influenciados por preocupações com a semeadura e com os possíveis impactos do clima sobre a safra de verão (1ª safra 2023/2024). Além disso, naquele período, a demanda interna estava aquecida e as exportações, em ritmo acelerado. No entanto, os valores foram recuando nos meses seguintes, diante da melhora do clima e da consequente boa produção das lavouras. Atualmente, a sustentação aos valores do cereal vem da retração de produtores, que limitam o volume ofertado no spot.
Esses vendedores têm expectativas de novas valorizações, fundamentados nos possíveis impactos do clima quente e seco, sobretudo na Região Centro-Oeste do País, que atualmente está semeando a safra de verão (1ª safra 2024/2025). Do lado da demanda, parte dos consumidores busca recompor os estoques, mas acaba esbarrando nos maiores preços pedidos por produtores. Nos últimos sete dias, os aumentos são de 2,1% no mercado de lotes (negociação entre empresas) e de 2,8% no mercado de balcão (preço pago ao produtor). Na B3, os contratos também estão em alta, impulsionados pelas preocupações com o clima e pelas valorizações externas. Nos últimos sete dias, os vencimentos Novembro/2024 e Janeiro/2025 apresentam alta de 1,9% e 1,6%, respectivamente, cotados a R$ 69,48 por saca de 60 Kg e a R$ 71,92 por saca de 60 Kg.
Apesar do fato de que os preços nos portos também estão em alta, acima dos registrados em 2023, o ritmo de negócios para exportação está lento, refletindo a menor demanda internacional e a atual entrada da safra dos Estados Unidos. Em setembro, as médias de preços nos portos de Paranaguá (PR) e Santos (SP) foram de R$ 64,61 por saca de 60 Kg e de R$ 65,16 por saca de 60 Kg, respectivamente, sendo 5% e 4% acima das médias de agosto/2024 e 5% e 1% superiores às verificadas há um ano. Nos últimos sete dias, especificamente, os valores registram avanço de 2% no Porto de Paranaguá e de 7% no Porto de Santos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o dia 29 de setembro, a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) chegou a 21,6% da área nacional estimada para esse período, avanço semanal 5,4%, mas ainda com atraso de 1% em relação à temporada anterior.
No Paraná, dados do Departamento de Economia Rural (Deral/Seab) apontam que a semeadura atingiu 74% da área estadual. No Rio Grande do Sul, dados da Emater-RS indicam que, até o dia 3 de outubro, a semeadura da safra de verão (1ª safra 2024/2025) chegou a 54% da área, avanço semanal de 5%. Em Santa Catarina, a Conab relata que o retorno das chuvas beneficiou o desenvolvimento das lavouras e auxiliou nos tratos culturais, com a semeadura chegando, até o dia 29 de setembro, a 46% da área estadual. Nos Estados Unidos, os futuros iniciaram a semana passada pressionados pelo avanço da colheita naquele país, mas voltaram a subir impulsionados pelos valores do trigo, pela demanda internacional aquecida, por preocupações com o acirramento dos conflitos no Oriente Médio e por dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicando estoques trimestrais abaixo do aguardado pelos agentes.
Na Bolsa de Chicago, os contratos Dezembro/2024 e Março/2025 apresentam alta de 3,6% e 3,5% nos últimos sete dias, a US$ 4,28 por bushel e a US$ 4,46 por bushel. Segundo o USDA, influenciados pelo bom ritmo das exportações, os estoques em 1º de setembro foram de 44,7 milhões de toneladas, abaixo das 47,07 milhões de toneladas aguardadas pelo mercado, mas ainda acima das 34,55 milhões de toneladas no mesmo período de 2023. No relatório semanal Crop Progress divulgado no dia 30 de setembro, o USDA indicou que 21% da área havia sido colhida nos Estados Unidos, contra 14% na semana anterior e 18% na média dos últimos cinco anos. Na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que a semeadura chegou a 13,7% da área nacional. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.